25 de novembro de 2011

Brasil é país de língua portuguesa com menos mulheres no Congresso Nacional

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que dentre os oito países que falam português, o Brasil é o que menos tem mulheres no Parlamento Nacional. Segundo o documento Desenvolvimento Humano 2011, divulgado no início de novembro, apenas 9,6% das cadeiras do Congresso são ocupadas por parlamentares femininas.
O relatório, compilado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mede o Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, o que inclui desigualdade de gênero nos 187 países pesquisados.

A encarregada de Informação do PNUD, em Nova York, Carolina Gomma Azevedo: "O Brasil, apesar de ter uma mulher chefe de Estado, não tem nem 10% de mulheres no Parlamento. Angola, Moçambique tem quase 40% de mulheres no Parlamento. Cabo Verde tem 20% e Guiné-Bissau 10%. Então é interessante ver essa disparidade. Não estamos conseguindo eleger as mulheres ou criar incentivos suficientes para que elas participem na vida pública."

Ainda sobre os países lusófonos (de língua portuguesa), Portugal tem cerca de 27,4% de mulheres no parlamento, São Tomé e Príncipe 18,2% e Timor-Leste mais de 29%. O relatório do Pnud calcula vários fatores para tirar a média dos países em desigualdade de gênero. Entre eles estão: escolaridade, presença feminina em cargos públicos eletivos, taxas de fecundidade entre adolescentes etc. No cômputo geral, Portugal é o país de desenvolvimento mais alto e Moçambique tem o índice de desenvolvimento mais baixo entre as nações lusófonas.

Fonte: http://www.agrosoft.org.br/

25 de novembro: Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher

Existem muitas campanhas e as leis estão mais severas, por isso os números de casos de violência contra a mulher estão diminuindo, mas ainda há muito que se feito. O apoio de familiares e da sociedade aliado a informação é, sem dúvida, a grande arma contra a violência à mulher. Para conscientizar a população sobre esse grave problema social que atinge todo o mundo, dia 25 de novembro foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher. 
 
Para a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, a data é uma ótima oportunidade para debater a questão. “As mulheres estão se conscientizando do apoio social que vão receber se resolverem denunciar seus agressores. Isso graças às campanhas e debates promovidos pela mídia em geral. Apesar do tema ter ganhado o horário nobre da TV, muitas mulheres ainda são agredidas e até mortas por seus companheiros”, afirma a médica. 
 
Recente pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com o SESC, revela que a cada dois minutos cinco mulheres são agredidas violentamente no Brasil. Prova disso é que somente no Estado de Minas Gerais, nos oito primeiros meses de 2011, o número de mulheres que pediram ajuda contra a violência aumentou cerca de 160%, segundo o Centro Risoleta Neves de Atendimento (Cerna). O serviço registrou 359 novos casos, contra 137 em 2010. Dados revelam que 80% das agressões acontecem dentro de casa, normalmente provocadas por maridos e namorados. A motivação da violência são ciúmes, drogas, alcoolismo, entre outros. 
 
“Mesmo com o aumento das denúncias, muitas mulheres ainda não delatam seus agressores. Isso se deve ao medo da impunidade, do amor a este homem, da proteção aos filhos e vergonha. Outras tantas mulheres após denunciar voltam a se relacionar com o agressor pelos mesmos motivos”, diz a psicanalista.  
 
Ainda de acordo com os dados do Cerna, o número de mulheres que retornaram e permaneceram em atendimento aumentou também para 10%. Foram 821 de janeiro a agosto deste ano e 747 no mesmo período do ano passado.
 
Consequências no corpo e na mente 
 
Além das marcas deixadas pelo corpo, quem agride deixa marcas sérias no psicológico da vítima. De acordo com a psicanalista, as mulheres agredidas podem apresentar alguns sintomas psicossomáticos como estresse pós-traumático, destruição da autoestima, apatia, depressão, ansiedade, distúrbios sexuais, distúrbios do sono, pânico, abuso na ingestão de substâncias, ansiedade generalizada, fobia, entre outras.
 
“As marcas do corpo são curadas, mas as psicológicas são difíceis de cicatrizar. Além disso, não só a mulher agredida sofre, mas também todos que convivem com ela. O apoio e a solidariedade de familiares, filhos, amigos e vizinhos é um grande aliado neste momento”, diz Soraya Hissa.  
 
Vamos denunciar
 
A vítima pode ligar para o número 180, Central de Atendimento à Mulher, serviço que pertence à Secretaria Nacional de Política para as Mulheres ou procurar delegacias e outros órgãos especializados em atendimento ao público feminino. Não é preciso se identificar e o serviço funciona 24h. Em casos mais urgentes, os denunciantes são orientados a ligar diretamente para a Polícia Militar, no número 190.
 

24 de novembro de 2011

Organização da Mulher Angolana promove ciclo de colóquios

A Organização da Mulher Angolana (OMA), no Kuando Kubango, promove um ciclo de colóquios, dedicado ao papel da mulher na luta pela liberdade nacional, em saudação aos 55 anos da fundação do MPLA, que se assinalam a 10 de Dezembro próximo.

De acordo com o plano de actividades, a que teve acesso à Angop hoje (quarta-feira), as palestras versarão temas como, O MPLA e o papel da mulher na sociedade; O MPLA e o emponderamento da mulher.  Para acompanhar estas e outras actividades político-partidárias, é esperada em Menongue, nos próximos dias, a secretária-geral da OMA, Luzia Inglês Van-Duném "Inga".  

Bancada feminina se integra à campanha 16 Dias de Ativismo

A bancada feminina na Câmara dos Deputados se integra a campanha “16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero”, realizando atividades a partir de terça-feira (22) até 13 de dezembro. A programação terá palestras, pronunciamentos em plenário e lançamento de livro na Câmara dos Deputados. O Dia Internacional da Não-Violência Contra s Mulheres é comemorado no dia 25 de novembro.


A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) considera importante que o Brasil se integre cada vez mais aos movimentos sociais contra a violência. “É inadmissível que em pleno século 21 ainda tenhamos que conviver com essa barbárie contra as mulheres”, disse ela, lembrando que, em nosso país, as estatísticas ainda são assustadoras.

Com o lema “Da paz no lar até a paz no mundo: desafiemos o militarismo e acabemos com a violência contra as mulheres”, a campanha internacional prevê a adesão de milhares de organizações femininas de todo o mundo. O foco contra o militarismo se baseia em estudos internacionais, que apontam que as mulheres têm até três vezes mais probabilidade de morrer violentamente se houver uma arma em casa.

No Brasil, o militarismo funciona em práticas masculinas violentas agindo contra a segurança e a proteção das mulheres. A presença de armas de fogo nos lares brasileiros, a inabilidade no uso e a sua utilização como instrumento de ameaça em conflitos domésticos e de bairro causam tragédias que também atingem as mulheres e crianças.

Em todo o mundo, o militarismo é entendido, pelo movimento em defesa das mulheres, não somente como aquele que parte da ação de Estados agressores, como os Estados Unidos e Israel contra os povos, mas também como uma ideologia que cria uma cultura de medo e apoia o uso da violência, agressão ou intervenções militares para a resolução de litígios e a imposição de interesses econômicos e políticos, a exemplo do que aconteceu recentemente na Líbia.

"Palavra de Mulher"

A primeira atividade prevista na programação é o lançamento, nesta terça-feira, da coletânea Palavra de Mulher – Oito Décadas do Direito de Voto, livro que registra, pela primeira vez, como foi (desde 1934) e como é a participação feminina no Parlamento brasileiro. A obra contextualiza os discursos das parlamentares com os fatos políticos vividos pelo país – como a ditadura militar, a redemocratização e a Constituinte de 1988 – e narra a participação dessas mulheres na construção da atual sociedade brasileira.

O projeto foi proposto pela coordenadora da Bancada Feminina na Câmara, deputada Janete Pietá (PT-SP), que no início deste ano teve dificuldade em obter dados consolidados sobre a atuação das mulheres no Parlamento brasileiro, ao se preparar para uma palestra no parlamento do Uruguai. A tarefa de organizar a pesquisa coube à consultora legislativa Débora Bithiah de Azevedo, mestre em História pela Universidade de Brasília (UnB).

Também está programada para esta terça-feira a apresentação dos projetos da Procuradoria Especial da Mulher, que promove mutirão para acelerar a aplicação da Lei Maria da Penha com a instalação de Varas Especiais contra a Violência nos estados. O projeto consiste em viagens aos estados para esclarecimento e cobrança da aplicação da lei. E informará também sobre convênio com o Banco Mundial, sob a gestão da Câmara dos Deputados, que disponibiliza US$300 mil para programas de empoderamento feminino.

Programação

A programação prevê que até a próxima sexta-feira (25) - Dia Internacional da Não-Violência Contra às Mulheres – as parlamentares ocupem a tribuna do Parlamento para denunciar a violência.

No dia 29, está prevista a palestra sobre “O Brasil como signatário de tratados internacionais de defesa e proteção das mulheres”, com a participação da embaixadora Gláucia Gauche da coordenadora da ONU Mulher, Rebeca Reichhmann Tavares.

No dia 1º de dezembro, será realizada a Campanha do Laço Branco e Dia Internacional de Luta Contra a Aids; no dia 6, haverá palestra sobre “A questão étnica no Ano Internacional do Afrodescendente”, com a ministra da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ministra Luiza Bairros e, no dia 10, encerrando os 16 Dias de Ativismo, será comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

No dia 12 de dezembro, acontece a abertura da 3ª Conferência Nacional das Mulheres, no Centro de Convenções de Brasília. Durante três dias, as mulheres vão discutir e elaborar propostas de políticas que contemplem a construção da igualdade de gênero, na perspectiva do fortalecimento da autonomia econômica, social, cultural e política das mulheres, e contribuam para a erradicação da pobreza extrema e para o exercício pleno da cidadania.

Palavra de Mulher: Câmara registra história da atuação feminina na política parlamentar desde 1934

A Câmara dos Deputados lançou nesta terça-feira (22/11) a coletânea “Palavra de Mulher – Oito Décadas do Direito de Voto”, livro que registra, pela primeira vez, numa linha do tempo, como foi e como é a participação feminina no Parlamento brasileiro. A obra relaciona os discursos das parlamentares aos principais fatos da história política do país – do Estado Novo à ditadura militar, da redemocratização à Constituição de 1988 – e, também, narra o papel das mulheres no processo de construção da atual sociedade brasileira. O lançamento marca o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, a ser comemorado na sexta-feira (25).

Com pouco mais de 200 páginas, o livro é ilustrado por fotos de época, traz apresentações do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), e da 1ª vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), e tem prefácio da coordenadora da Bancada Feminina, deputada Janete Pietá (PT-SP). Foi ela quem sugeriu a realização da obra, quando, no início do ano, se preparava para uma palestra no parlamento do Uruguai e teve dificuldade em obter dados consolidados sobre a ação das mulheres no Legislativo brasileiro. Para ela, o livro demonstra que, apesar de pequena numericamente, a participação das deputadas representa importante elo no processo de elaboração das políticas públicas voltadas para a maioria da população brasileira, além de dar visibilidade à atuação das mulheres na história política brasileira, o que, avalia, sempre foi invisível.

A organizadora da coletânea, Débora Bithiah – consultora legislativa da Casa que também participou da pesquisa e foi responsável pela concepção do livro – diz que, embora a proposta de dar visibilidade ao trabalho das mulheres parlamentares na Câmara tenha sido o principal objetivo, a pesquisa resultou num apanhado rico e detalhado. “Os discursos parlamentares e a inclusão de documentos, preservados com sua publicação no ‘Diário da Câmara dos Deputados’ ao longo dos tempos, trazem aspectos da história do país ainda pouco conhecidos”, ressalta.

Um dos grandes achados desse trabalho foi descobrir, por exemplo, que, das seis mulheres que tomaram posse em 1966, cinco foram cassadas pelo regime militar em 1969, todas do MDB. Era a maior bancada feminina até então – o máximo havia sido de duas deputadas na mesma Legislatura. Já era difícil que as mulheres obtivessem espaço político e quase todas que conquistaram mandato pelo voto popular, em 1966, o perderam por meio de Ato Institucional”, conta a pesquisadora.

O detalhe, completa Débora, é que três dessas que foram cassadas haviam sido eleitas herdando o capital político dos maridos (que também tinham sido cassados). “Herdeiras, sim. Submissas, não. Assumiram os mandatos e atuaram com firmeza na oposição ao regime”, frisa a organizadora do estudo, para quem também soou curioso descobrir que o Dia das Mães, comemorado no Brasil desde os anos 40 e instituído para atender demanda de lideranças feministas para dar visibilidade às suas questões, bem diferente do viés mais comercial da data atualmente.

Outro ponto que chama a atenção na coletânea, segundo Débora, “é a pertinência e o diferencial dos discursos das mulheres no Parlamento ao longo de oito décadas”. Independentemente da linha ideológica e mesmo com divergências, as deputadas mantiveram uma identidade no tratamento e na temática de suas intervenções na Câmara, com notável ênfase aos assuntos ligados à condição das mulheres, dos jovens e das crianças na sociedade brasileira, além da área de educação.

O livro também evidencia que o trabalho da Bancada Feminina produziu resultados importantes quanto aos direitos das mulheres – como o direito ao exame de mamografia e a licença-maternidade. E mostra ainda que a atuação das deputadas não ficou restrita somente à temática dita feminista, mas cobriu os inúmeros e diversos temas tratados no Legislativo.

Além de Débora, a elaboração da coletânea teve o apoio de outros quatro pesquisadores, todos servidores da Câmara: Vilma Pereira, bibliotecária e diretora da Coordenação de Histórico de Debates do Departamento de Taquigrafia; Nádia Monteiro Pereira, analista legislativa do Centro de Documentação e Informação; Tatiara Paranhos Guimarães, bibliotecária da Coordenação de Relacionamento, Pesquisa e Informação; e Márcio Nuno Rabat, consultor legislativo, que atuou como organizador adjunto e revisor da obra.

A coletânea foi publicada por Edições Câmara e faz parte do conjunto “Obras Comemorativas/Homenagem”. O trabalho foi supervisionado por Cássia Botelho, diretora do Departamento de Taquigrafia, Revisão e Redação, cuja Coordenação de Histórico de Debates é responsável pelo banco de dados de discursos parlamentares (Banco de Discursos, disponível no portal da Câmara a todos os pesquisadores da política brasileira). 

Centrais de MS defendem igualdade salarial entre homens e mulheres


Os trabalhadores de Mato Grosso do Sul, por intermédio das seis centrais sindicais(Força Sindical, CGTB, CTB, NCST, UGT e CUT), querem a igualdade de remuneraçãoentre mão de obra masculina e feminina e o estabelecimento de uma política devalorização e recuperação dos benefícios dos aposentados e pensionistas.

Osdebates entre as centrais e outros organismos que representam os trabalhadoresde Mato Grosso do Sul foram muito úteis para levantar importantes questões que há muito a classe laboral vem reivindicando. “Essa questão da igualdade salarial entre homens e mulheres é uma delas. É preciso valorizar o trabalho das mulheres que não deixam nada a desejar em relação aos dos homens. Até quando vamos continuar com esse tipo de injustiça trabalhista em nosso País?”, questionao representante das centrais.

“Há vários anos, asCentrais Sindicais vêm construindo de forma unitária ações com vistas agarantir a manutenção e ampliação de direitos para o conjunto da classetrabalhadora. Por sua vez, o momento político nos desafia a disputar o queprojeto de desenvolvimento que queremos para o País”, afirmou José Lucas, quepreside a Feintramag MS/MT.

Marta Suplicy culpa partidos políticos por baixa participação de mulheres na política


A senadora Marta Suplicy (PT-SP) atribuiu a pequena representatividade feminina na política brasileira à falta de espaço nos partidos políticos. Ela participou de mesa-redonda na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta segunda-feira (21), debatendo, ao lado de outras lideranças femininas, o fortalecimento das mulheres para o equilíbrio socioeconômico das nações.

Mesmo com essa dificuldade de entrar e se tornar uma líder dentro dos partidos, a senadora enxerga uma contradição no tratamento nas urnas. "O brasileiro de modo geral não tem mais esse preconceito acirrado em relação a mulher, ele vota tranquilamente em mulher, isso está confirmada em todos os estados. O que falta são os partidos acreditarem nas mulheres", analisou.

A mulher não quer entrar na política porque dificilmente vai ter o mesmo apoio nas campanhas que os partidos dão aos homens”, disse Marta. Ela ressaltou ainda a dificuldade que a rotina política impõe aos seus agentes. “É muito difícil manter as coisas boas que gostamos, como criar os filhos, cuidar do lar, ter o companheiro, e estar na política. Essa é a mudança que este século vai ter”.

A ministra da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, Iriny Lopes, que também participou do debate, concordou com a parlamentar. A eleição da presidenta Dilma Rousseff não foi, em sua visão, uma "mola propulsora" para a participação feminina na política, já que o número de deputadas não cresceu, permanecendo em 46 em um universo de 513 parlamentares na Câmara Federal.

Iriny ainda afirmou que qualquer avanço nesse sentido depende de uma mudança na cultura tanto das mulheres quanto dos homens. “Só a escolaridade avançada não muda muita coisa, ela não altera a cultura, ideologia, o modo de pensar dominante”, observou.

Lei não é gripe

Iriny Lopes ainda lembrou que a violência contra a mulher ainda é recorrente nos lares brasileiros. "O Brasil tem de parar de tratar lei como gripe, que ou pega ou não pega", ironizou. "A Lei Maria da Penha está aí para ser cumprida." A lei cria mecanismos de proteção das vítimas de violência doméstica, impedindo a aproximação do agressor à mulher e aos filhos, por exemplo, além de acelerar punições. "Chega de passar a mão na cabeça de quem bate em mulher; isso não pode ser normal."

Para Marta, a mudança de cultura deve começar nas pequenas atitudes. “O maior desafio é perceber que não tem nada de errado se a mulher ganhar mais do que homem em um casamento. Não tem nada errado se a mulher for morar em outro local (em função do trabalho) e o marido acompanhar essa mulher”, disse.

Michelle Bachelet defende cotas para mulheres na política

A diretora-executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, defendeu dia 10/11 o uso de cotas e outras medidas de ações afirmativas para integrar as mulheres ao mundo da política e avançar na conquista de uma "maior democracia e igualdade social".
 
Ex-presidente do Chile, Bachelet fez essas declarações durante uma conferência no ato inaugural da 26ª Reunião Especializada da Mulher do Mercosul (REMM), na sede do Parlamento uruguaio, que contou com a participação, entre outras autoridades, da vice-secretária-geral das Nações Unidas, Asha-Rose Migiro.
 
Ela destacou que o avanço nos direitos das mulheres representa um processo que beneficia a todos devido ao que chamou de "necessidade irrenunciável" de expandir as oportunidades e uma maior presença delas na esfera política.
 
A diretora-executiva constatou a baixa representação da mulher nos cargos políticos decisórios na América Latina como o pior problema para a igualdade na região, o que repercute negativamente na criação de medidas para proporcionar às mulheres direitos e oportunidades.
 
"Se trabalharmos pela integração das mulheres na política e na igualdade de gênero, vamos conseguir uma melhor democracia, mais desenvolvimento econômico, mais participação e mais coesão social, elementos necessários para o desenvolvimento de um país", ressaltou.
 
Bachelet afirmou que participar de uma democracia não é ter apenas o direito de escolher, mas também o de ser eleito, e que é necessário estabelecer mecanismos para nivelar as oportunidades e que favoreçam a participação equilibrada de homens e mulheres.

23 de novembro de 2011

PPS faz oficina sobre “a participação da mulher na política”

Nesta quinta (24/11) o Partido Popular Socialista (PPS) do Mato Grosso do Sul realiza sua 11ª oficina, com a intenção de discutir ideias para elaboração de um plano de governo municipal. O tema da 11ª oficina é “A participação da mulher na política: avanços e desafios”. A palestrante convidada para falar do assunto é a psicóloga, professora universitária, conselheira estadual dos direitos da mulher e presidente da ONG Bem Mulher, Cristiane Duarte.

O evento começa às 19h00 no diretório municipal do PPS, em Campo Grande (MS). A discussão está aberta para os filiados e demais interessados. O diretório municipal do partido fica na rua Antonio Corrêa, 767, bairro Monte Líbano. Para mais informações: (67) 3025-5323.


Fonte: http://www.msnoticias.com.br/?p=ler&id=76258

Políticas para mulheres e povos tradicionais são temas de Seminário

Um encontro para a planejar e debater políticas e ações nacionais reúne em Brasília, 26 delegados federais, seus adjuntos, articuladores locais e coordenadores de cada delegacia participam do Seminário Nacional de Delegados (as) Federais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

O evento que vai até a próxima quinta-feira (24), recebeu na noite da segunda-feira  (21) a diretora de Políticas para as Mulheres Rurais e Quilombolas Andrea Lorena Butto Zarzar. Ela falou sobre a importância das Políticas de apoio à promoção da Igualdade de Gênero, Povos e Comunidades Tradicionais promovidas pelo MDA.

Focada na questão de gênero, Andrea resumiu as ações voltadas para a mulher e explicou as mudanças a serem realizadas em breve para aperfeiçoar o Programa de Documentação da Trabalhadora Rural. “O Programa de Documentação da Trabalhadora Rural será o principal animador dos mutirões. Estamos prevendo atividades recreativas para as crianças e oficinas de crédito tributário, entre outras coisas”, celebrou a diretora. Além disso, ressaltou que está em estudo uma nova forma de abordagem de campo. “A assistência técnica hoje é realizada basicamente por homens, precisamos acabar com o lado masculino da coisa e trazer mais comodidade para as mulheres participarem dos programas se sentindo parte principal deles, não apenas participantes secundárias.

A diretora reiterou a fala do ministro Afonso Florence na abertura do evento afirmando que “Nossa responsabilidade é central para o desenvolvimento do país. O MDA é um órgão que trabalha com o coração e representa um projeto nacional, generoso e inclusivo. Ela informou ainda que “é necessário educar e atender cada vez mais os grupos de mulheres, hoje 70% delas estão na informalidade e dessa maneira não conseguirão acessar política pública nenhuma”, finalizou.

Na Noite de ontem, houve ainda a participação das representantes da Diretoria, Jeigiane Portela falando sobre as políticas voltadas para povos e comunidades tradicionais (PCTs) e Dina Calmon, expondo sobre os quilombolas. Foram apresentadas as ações para a promoção do desenvolvimento sustentável com ênfase no reconhecimento, fortalecimento e garantia dos direitos dos povos e comunidades tradicionais.

Esses grupos ocupam e usam, de forma permanente ou temporária, territórios tradicionais e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica. Para isso, são utilizados conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. Entre os PCTs do Brasil, estão os povos indígenas, os quilombolas, as comunidades de terreiro, os extrativistas, os ribeirinhos, os caboclos, os pescadores artesanais, os pomeranos, entre outros.

Hoje o MDA estima 5 milhões de famílias e 25 milhões de pessoas neste grupo. “Os programas de governo para os PCTs já estão em 21 estados e as delegacias regionais de desenvolvimento agrário ajudam a articular as ações, por isso a apresentação dos programas são essenciais para os delegados e articuladores. “São eles quem estão no contato, no dia a dia das pessoas. Consta no nosso plano de ação abranger todos os estados onde estes povos, que por si só são uma diversidade, estejam. É nosso dever, é direito deles”, concluiu Jeigiane Portela.
 
Fonte:  http://www.180graus.com  

Absurdo: Afegã violentada tem de casar-se com o agressor para sair da prisão

Uma afegã de nome Gulnaz, de 21 anos, enfrenta um terrível dilema: ou permanece na prisão com uma filha pequena, cumprindo pena por ter sido violada por um homem casado, ou contrai matrimónio com o agressor para poder sair da prisão.



Quando Gulnaz tinha 19 anos foi violada pelo marido de uma das primas. Dois anos depois, a jovem ainda se recorda dos pormenores do episódio: “Ele tinha as roupas nojentas, porque trabalha na construção. Quando a minha mãe saiu, ele veio até minha casa e fechou as portas e as janelas. Eu comecei a gritar mas ele calou-me, tapando-me a boca com as mãos”, descreveu Gulnaz à CNN. Depois da violação não contou a ninguém o que se tinha passado – sabendo que não seria ajudada – mas depressa a verdade veio à tona: estava grávida.

Acabou por ser julgada por adultério e condenada a 12 anos de prisão. É lá que está actualmente, com a sua filha. Cumprem pena em conjunto. Para sair da prisão, só tem uma solução: casar-se com o seu agressor. A única forma de uma mulher afegã ultrapassar a desonra de ter sido violada, ou de ter incorrido em adultério, é casar-se com o seu atacante.
E é precisamente isto que Gulnaz está disposta a fazer. “Perguntaram-me se eu estava disposta a começar uma nova vida de liberdade casando-me com este homem”, disse a jovem à CNN. “A minha resposta foi que há um homem que me desonrou e que eu quero ficar com esse homem”. A jovem diz que na sua decisão pesa o futuro da filha. Só assim poderão permanecer juntas e em liberdade.

Mas - adianta a CNN - a escolha de Gulnaz não a livra de perigo. A família do atacante ou mesmo a sua própria família poderão querer matar a jovem por ter desonrado o nome familiar. É muito provável que, mal ponha pé fora da prisão, Gulnaz corra perigo de vida.

Casos como o de Gulnaz são comuns no Afeganistão mas este tornou-se notícia após uma disputa entre a UE e uma equipa de realizadores contratados pela própria União Europeia para levarem a cabo uma série de documentários sobre os direitos das mulheres no Afeganistão.

Fonte: http://www.publico.pt/Mundo


Entrevista da Secretária estadual de Políticas para Mulheres da Bahia



Bahia Notícias - Quais são as principais ações que a Secretaria da Mulher realiza aqui no estado (BA)?

Lúcia Barbosa
- (...) Nós temos aqui no estado uma rede de atendimento à mulher com diversos equipamentos que já surtem alguns efeitos. Temos centros referência, mais de 20 conselhos constituídos, 15 Deams (Delegacias Especializadas de Atendimento às Mulher), o que é pouco se pensarmos em nossos 417 municípios, mas já um trabalho importante nessa questão da violência, que foi uma das frentes prioritárias adotadas no primeiro governo, enquanto superintendência. Agora, assumindo a secretaria, elegemos duas prioridades centrais. Uma é dar continuidade ao combate à violência contra as mulheres, porque nós precisamos reforçar essa rede que já existe. Nosso estado também assinou um pacto nacional se comprometendo a realizar ações de combate à violência como a criação de novas Deams e conselhos nos municípios, trabalhando junto com os prefeitos, e o aumento do número de centros de referência. Uma segunda prioridade, que será trabalhada futuramente, é a questão da autonomia das mulheres porque a gente entende que não sairemos desse ciclo de violência se a gente não trabalhar a autonomia política e econômica. Elas precisam se organizar em suas associações, bairros e comunidades para, de fato, terem um emprego decente.

BN – Foi realizada a 3ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres e eu gostaria de saber quais ações efetivas serão fruto dessa conferência.

LB
BN – Há um projeto da deputada Luiza Maia que causou polêmica, o projeto Anti-baixaria, para evitar que o poder público contrate artistas e bandas que tenham em suas músicas composições que depreciem as mulheres. Como secretária de Políticas para Mulheres e como petista, como a senhora vê o projeto?

LB – Está na proposição da deputada Luiza Maia que a secretaria ajude a identificar o que é ofensivo às mulheres. Nós estamos juntos com ela na mobilização e a Conferência vai aprovar uma moção de apoio ao projeto, que é uma iniciativa muito importante e está sendo deturpada. O projeto não é contra o pagode, o que nós estamos discutindo é que o mesmo Estado que financia a política de enfrentamento à violência, que constrói casas-abrigo, que cria Deams e centros de referência, que tem toda uma dinâmica para proteger as mulheres e aporta recursos para isso, não pode também aportar recursos para incentivar a violência e depreciar a mulher. Estamos junto com a deputada nessa batalha para fazer com que a Assembléia aprove o projeto. Não acho que seja uma nova censura. O fundamental é que nós não podemos colocar o dinheiro público para financiar música, teatro ou qualquer outra atividade cultural que deprecie as mulheres.

BN – Você acha que o fato de termos, hoje, uma mulher na presidência pode influenciar para que mais mulheres participem nas próximas eleições?

LBEu acho que é uma influência positiva, pois como a presidente Dilma disse na posse. “As meninas vão olhar para ela e olhar para as mães e dizer: eu posso também ser uma deputada ou uma vereadora porque agora temos no maior cargo da nossa nação uma presidenta mulher”. Simbolicamente isso é algo muito forte na mente de todas as mulheres baianas e brasileiras e vai influenciar nas futuras eleições. Lógico que deve haver um trabalho interno dos partidos e também da nossa secretaria, de fomentar, de ajudar essas mulheres a se decidirem, de ajudar nas campanhas de companheiras mulheres nos municípios, mas acho que nós vamos dar um salto muito grande nas próximas eleições. Em todos os debates que você vai há um otimismo muito grande porque as mulheres estão se vendo e se reconhecendo. Elas olham para a Câmara Federal e vêem mulheres, olham para a presidência e vêem uma mulher, olham para a Assembléia e vêem mulheres. Nós estamos tendo uma visibilidade muito boa e acho que isso vai aumentar no próximo período.
– As propostas ainda estão sendo fechadas. Hoje teremos a plenária final, que é o resultado da discussão das propostas de todos os grupos, onde selecionaremos as melhores proposições. A partir daí nós teremos as linhas do 3º Plano de Políticas Públicas para Mulheres do estado, que a gente espera nortear as ações não apenas da nossa secretaria, mas do governo como um todo. Mas no decorrer da conferência a gente já identifica algumas preocupações centrais, como a construção das creches – o governo federal tem um programa que disponibilizou para Salvador pouco mais de 130 creches e nós precisamos decidir como faremos essa distribuição junto aos municípios e a articulação com os prefeitos. Outro ponto muito presente na conferência é a importância da constituição de organismos para debater e implementar políticas nos municípios, ou seja, a criação de secretarias municipais. Outra demanda fortíssima é a construção de abrigos, já que nós temos apenas duas casas-abrigo estaduais, uma em Alagoinhas e outra em Salvador, e precisamos construir pelo menos oito em alguns territórios. O governo precisa acomodar e acolher essas mulheres vítimas de violência.
BN – Aqui na Bahia, o aborto é a principal causa de morte materna. Uma pesquisa recente, que será apresentada durante a Conferência Nacional das Mulheres, aponta Salvador e São Luís do Maranhão como lugares em que a rede pública de atenção à mulher não está preparada para lidar com a questão. Como a Secretaria deve lidar com esse problema e que tipo de ação pode ser feita para modificar essa realidade?

LB – Essa questão é realmente muito preocupante. A questão do aborto ainda é um tabu, um assunto que a gente precisa discutir melhor, mas é claro que é um problema de saúde pública e é uma preocupação da SPM. Nós ainda não sentamos para conversar com a Secretaria de Saúde, mas essa é uma das nossas agendas prioritárias. Nada justifica o número de mulheres que vem morrendo por conta do aborto e há uma diversidade muito grande de casos a ser analisada. Hoje tenho a mente mais aberta, há dez anos atrás eu era realmente contra. Hoje não, vejo que há uma situação que precisa ser discutida e nós não podemos ficar aqui sentados vendo as mulheres morrerem. O Estado precisa cuidar disso, independentemente de quem é a favor ou contra.

BN – Com relação à participação política das mulheres, o que tem sido feito? Atualmente apenas 10% dos cargos parlamentares e executivos são ocupados por mulheres. A participação política das mulheres aqui na Bahia ainda é muito pequena.

LB – Nesse caso, nós estamos caminhando em duas direções. Uma é trabalhar junto com os partidos porque eles são prioridades se a gente quiser que as mulheres avancem do ponto de vista da participação política eleitoral. Nós temos a ideia de trabalhar com os partidos, principalmente aqueles de esquerda, até porque eles têm internamente uma verba destinada à formação de candidatas e nós estamos trabalhando para que essas verbas sejam destinadas, de fato, à formação e capacitação de mulheres. A intenção é que elas possam participar politicamente e disputar cargos, seja de vereadoras, deputadas, senadoras, porque a gente precisa aumentar esse número de companheiras nos municípios, no estado e no âmbito federal. A nossa secretaria também vai fazer diversos processos de formação política e ideológica nos municípios para trabalhar as questões da violência e da autonomia, sobretudo, autonomia política, de resgatar a participação das mulheres politicamente.

Encerra nesta sexta-feira inscrição para o programa “Mulheres Mil”

Nesta sexta-feira, 25,  encerrarão as inscrições para os cursos do Programa do Governo Federal “Mulheres Mil” a ser ministrado gratuitamente pelo Instituto Federal Goiano – Campus Iporá (IF Goiano – Campus Iporá) na coordenação das Professoras Iraci Balbina Gonçalves Silva e Jaqueline Ribeiro de Rezende.

Foram ofertadas 100 vagas para mulheres com idade mínima de 18 anos, preferenciavelmente àquelas que sejam vulneráveis, o que, não exclui a possibilidade de qualquer mulher se candidatar às vagas. As vagas são para os cursos de Qualificação e profissionalização em manipulação de alimentos (Doces e desidratados); Panificação e, Hortas caseiras e viveiros.  

Vale enfatizar que o curso é gratuito – como são todos os cursos oferecidos pelo IF Goiano - e será fornecido ainda, todo equipamento necessário, desde material escolar, material de consumo, uniformes e uma bolsa que ainda não teve valor definido. O curso possui como objetivos melhorar a renda, despertar a vontade de estudo, o relacionamento interpessoal. E ainda, possibilitar noção de direitos e outros assuntos correlatos ao cotidiano das mulheres.

Como se inscrever
 
As candidatas deverão apresentar no ato da inscrição, original e cópia dos seguintes documentos: CPF, Carteira de Identidade; Comprovante de endereço; Comprovante de renda (se tiver) e, Comprovante de escolaridade. Nota: Só é necessário saber ler e escrever. O que não impede a mulher que saiba ler e escrever e que não possui o comprovante de escolaridade de inscrever.

Mais sobre o Programa Mulheres Mil
 
O Programa Mulheres Mil, faz parte do Programa Nacional Brasil sem miséria e possui como objetivo atender as mulheres por terem sido historicamente deixadas à margem da sociedade. E este programa representa uma conquista das lutas a favor da equidade de gêneros. Afirma a Professora Iraci Balbina.
Segundo a Professora Iraci Balbina Gonçalves Silva, o programa em sua primeira etapa aconteceu em 13 Estados da Região Norte e Nordeste do Brasil por serem regiões mais necessitadas e agora está em sua segunda etapa e acontecerá em 100 Institutos Federais de todo Brasil, sendo que no Estado de Goiás as cidades contempladas foram Ceres e Iporá.
Segundo as professoras, o objetivo do Governo Federal consiste em estender o programa a condição de política pública voltadas às mulheres.

Partido islâmico da Tunísia reafirma 'compromisso com mulheres'

O líder do partido islâmico Ennahda, Rachid Ghannouchi, disse nesta sexta-feira que as conquistas sociais das mulheres não serão revertidas na Tunísia. O partido conseguiu o maior número de assentos no parlamento da Tunísia, nas eleições de domingo e afirmou que quer dar início ao novo governo dentro de um mês.

Em discurso, Ghannouchi prometeu fortalecer o papel das mulheres na política tunisiana. O líder do partido também pediu calma aos manifestantes na cidade de Sidi Bouzid, onde protestos violentos começaram depois que oficiais do comitê eleitoral decidiram desqualificar candidatos de um partido rival alegando "irregularidade financeiras".

Fonte: http://www.bbc.co.uk/ 

Mulheres querem ampliar participação nas decisões no Pará


O Fórum de Mulheres de Instâncias de Partidos Políticos do Pará realizou, na manhã do dia 22/10, no auditório da Assembleia Legislativa do Estado, a conferência “A Participação das Mulheres nos Espaços de Poder e Decisão”.

Mulheres de dez partidos políticos do Estado do Pará (PSB, PSDB, PMDB, PT, PPL, PT do B, PPS, PSC e PHS) participaram do evento, que teve o objetivo de contribuir para o debate realizado no âmbito das conferências de políticas para as mulheres e, ao mesmo tempo, estimular a participação das mulheres na política.

“Nós temos que ousar e gritar o mais alto para mostrar que não somos massa de manobra”, afirmou a procuradora da Mulher na Câmara Federal, deputada Elcione Barbalho (PMDB). Ela proferiu palestra e participou do debate sobre a “Participação Efetiva das Mulheres nos Espaços de Poder e Decisão”, junto com deputada Ana Cunha (PSDB), 4ª vice-presidente da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), deputada Bernadete Ten Caten (PT) e a vice-prefeita de Conceição do Araguaia, Wanderlândia Maria Oliveira Aquino.

Elcione disse que as mulheres, que representam 52% do eleitorado brasileiro, “precisam fazer valer esse voto”. Bernadete Ten Caten destacou a Lei Maria da Penha e o fato de uma mulher dirigir o país hoje como alguns desses avanços.

Fonte: Diário do Pará

Modelo a ser seguido: Mulheres têm lugar de destaque na campanha eleitoral argentina



A participação das mulheres na política argentina ganha cada dia mais importância. A proeminência feminina foi perceptível ao longo de toda a campanha para as eleições presidenciais, legislativas e provinciais que serão realizadas neste domingo.

Além do destaque obtido nos últimos anos pela candidata à reeleição presidencial, Cristina Kirchner - que já ultrapassou 50% da preferência de votos -, o sexo feminino tem presença substancial na conformação das listas de deputados dos principais partidos e na disputa por outros cargos executivos. Na lista dos candidatos a deputados nacionais por Buenos Aires da Frente para a Vitória, o partido do governo, três dos sete primeiros são mulheres. Já na União para o Desenvolvimento Social, uma das principais coligações de oposição ao atual governo, dois dos cinco principais candidatos são do sexo feminino.

Com menor participação direta de mulheres - ao menos no que se refere ao topo de suas listas -, estão as coligações Frente Ampla Progressista e Frente Popular. Na primeira, cujo candidato à presidência é Hermes Binner - segundo lugar na preferência dos eleitores -, há uma mulher entre os cinco primeiros candidatos. A coalizão que coloca Eduardo Duhalde na disputa pelo executivo nacional também tem uma mulher entre os quatro primeiros lugares da lista. A situação se repete nas listas dos demais partidos sobre a cidade de Buenos Aires.

Além disso, há mulheres que concorrem à presidência e vice-presidência. Entre as primeiras, além da atual presidente, está Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, que atualmente é deputada nacional e gera polêmicos embates oposicionistas. Na briga pelo cargo de vice-presidente, encontra-se Norma Morandini, senadora pela província de Córdoba que acompanha Hermes Binner na fórmula presidencial da coligação do Frente Ampla Progressista. Elas têm participação significante também nas candidaturas para os governos das nove províncias que decidirão seus representantes neste domingo.

Argentina é destaque mundial

A inserção de mulheres na política argentina começou a se intensificar principalmente a partir de uma lei aprovada há duas décadas, que estabelece uma política de cotas para o poder legislativo. A norma obriga que haja um mínimo de 30% de mulheres entre o total de candidatos a legisladores.

Parece que os argentinos gostaram da proposta, pois hoje a presença de mulheres na Câmara de Deputados é de 38%. Essa porcentagem coloca a Argentina em posição de destaque em nível mundial, estando entre os 12 países que possuem maior participação feminina no Parlamento. O país vizinho está muito distante do Brasil, por exemplo, onde as deputadas são cerca de 10% do total de parlamentares.

A candidata a deputada pelo Frente para a Vitória María del Carmen Bianchi, salienta que esse aumento da participação feminina no Parlamento não se dá somente de forma genérica, mas também no que se refere aos primeiros lugares e à forma como se distribuem os cargos mais importantes. Ela ocupa o segundo lugar na lista da coligação na capital federal.

Mudanças provocadas por mulheres

A presença feminina proporciona a inclusão de novos temas na pauta do Congresso e permite novos olhares sobre assuntos que já vinham sendo discutidos.

A candidata a deputada María del Carmen Bianchi explica que, nos últimos anos, houve um grande avanço em políticas direcionadas às mulheres. "Modificaram-se partes do código civil, do código penal, do código de família, além de várias legislações de segunda linha que não permitiam o reconhecimento da mulher em igualdade de condições", destacou a candidata.

Por outro lado, a candidata a deputada pela União para o Desenvolvimento Social, Fabiana Campos, terceira da lista da coligação pela capital argentina, acredita que a principal conquista se refere ao maior controle de tráfico de pessoas. Mas salienta que a maior participação das mulheres no Congresso proporciona cada vez mais avanços em tudo o que se refere a temas de gênero e de minorias, como a inclusão dos homossexuais, por exemplo.

Mudanças que estão por vir

Apesar desse avanço, ainda há muito para melhorar. A candidata a deputada Fabiana Campos lembra que "a participação feminina cresceu muito nos grandes centros, mas o grande problema ainda são os pequenos lugarejos, onde há uma visão predominantemente masculina".

María del Carmen Bianchi salienta outro ponto importante. A candidata conta que, ao contrário do que acontece no Parlamento, nas empresas e instituições argentinas há poucas mulheres com cargos importantes, como gerência ou diretoria. Por isso, ela afirma que deseja trabalhar para promover a igualdade de oportunidades trabalhistas para mulheres e jovens. Na mesma linha, Campos destaca que ainda existe muita desigualdade de remuneração entre homens e mulheres no mercado de trabalho, incluindo o caso da presidenta da nação.

Ambas as candidatas crêem que a violência é uma questão fundamental. Bianchi diz que um dos seus principais projetos tem a ver com segurança cidadã, enquanto Campos enfatiza que pretende criar grupos de auto-ajuda para diminuir a violência familiar que existe hoje e afeta principalmente crianças e mulheres.
Apesar de a vitoria de Kirchner estar aparentemente garantida, permanece a incógnita sobre a conformação do Congresso - o que, em tese, poderia influenciar nas discussões e avanços das questões de gênero e de direitos humanos. Porém, a campanha indica que há pouco risco de a Argentina registrar um regresso nesse sentido, já que temas como esse permeiam os planos de governo da maioria dos partidos.

Desafios na participação das mulheres na política

As desvantagens sócio-económicas, o desconhecimento dos direitos políticos, a violência de género, mas também a crença de que os partidos são para os homens, são as barreiras assinaladas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos
 
 
 
Rigoberta Menchu é uma líder indígena da Guatemala com destaque na política
 
 
O relatório «O caminho até uma democracia substancial: a participação política das mulheres nas Américas», lançado recentemente pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), debruça-se sobre os desafios da participação política feminina. O estudo apresenta uma série de recomendações aos governos e partidos para melhorar o acesso das mulheres ao campo político. Apresenta os seguintes grandes desafios: desvantagens socioeconómicas, desconhecimento dos direitos políticos e violência de género.

No que respeita às desvantagens socioeconómicas, o relatório aponta em particular o acesso limitado ao financiamento para as campanhas dos partidos políticos. O desconhecimento dos próprios direitos verifica-se com mais frequência nas zonas rurais, entre as comunidades indígenas e afro descendentes. A intimidação, o assédio e a violência doméstica constituem barreiras no exercício dos direitos. Outro grande desafio cultural é a crença de que os partidos estão fundamentalmente destinados aos homens, adianta a agência Adital.

«Este conjunto de obstáculos restringe as opções das mulheres para ter um papel e incidir na esfera política, limitando o seu acesso a cargos públicos em pé de igualdade com os homens, e o seu exercício dos direitos a votar, e a permanecer em postos de poder», adianta o estudo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Entre outras coisas, o CIDH recomenda a atribuição de um financiamento público às candidaturas femininas e a promoção dos direitos políticos das mulheres. Recorda que os Estados têm obrigação de garantir a igualdade.



Campanha incentiva a exigência do cupom fiscal e premia o consumidor mineiro



O secretário de Estado de Fazenda, Leonardo Colombini, lançou nesta terça-feira (22) o “Torpedo Minas Legal” e o “Clique-Denúncia”, ações integradas do “Minas Legal, Cidadania Fiscal”, programa de conscientização fiscal do Governo de Minas para todo o Estado. O Minas Legal objetiva conscientizar o cidadão da importância da existência dos tributos e sua transformação em recursos públicos, possibilitando aplicação na implementação de todas as políticas públicas, além de permitir uma maior fiscalização por parte da população.

O Programa Minas Legal é uma ação inovadora de governo, que trabalha com ações em várias vertentes: conscientização, visibilidade, transparência, controle e premiação. O Torpedo Minas Legal é uma campanha que incentiva os consumidores a exigir documentos fiscais em suas compras, distribuindo prêmios diários, semanais, mensais e trimestrais. Já o “Clique-Denúncia” é um canal de comunicação disponibilizado para a sociedade contribuir na proteção das receitas públicas, dando maior eficiência ao sistema fiscal do Estado.

Premiação

Para participar do Torpedo Minas Legal, basta que o consumidor, ao efetuar as suas compras, exija o cupom fiscal e envie uma mensagem via celular para o numero 97531, informando o CNPJ constante no cupom, data e valor da compra. Em seguida, ele recebe uma mensagem informando o número com o qual ele estará concorrendo. Ao realizar essa operação, seja qual for o valor da compra, o cidadão estará automaticamente concorrendo ao sorteio de prêmios diários, semanais, mensais e trimestrais.

O consumidor cadastrado no Torpedo Minas Legal concorre diariamente a cinco prêmios no valor de R$ 500, R$ 30 mil em prêmios semanais e R$ 100 mil em sorteios mensais. A cada trimestre, os cadastrados concorrem ainda a um prêmio em dinheiro no valor de meio milhão de reais. O primeiro sorteio de meio milhão de reais já está marcado para 31 de março de 2012. O secretário de Estado de Fazenda, Leonardo Colombini, disse que a premiação passa a ser um complemento das ações do Estado, fazendo em primeiro lugar com que o cidadão se conscientize da sua importância na geração e aplicação dos recursos públicos.

O programa “Minas Legal, Cidadania Fiscal” é um trabalho que tem um novo enfoque, mais amplo, de conscientização da população que, ao exigir a nota fiscal, possibilita uma melhoria da arrecadação estadual, utilizada nas ações de educação, saúde, segurança e infraestrutura.

Projeto de Lei sobre violência contra mulher está pronto para Plenário da ALMG




Deputada Maria Tereza Lara foi a relatora da proposição



O Projeto de Lei (PL) 558/11, que trata do registro e divulgação dos índices de violência contra a mulher no Estado, está pronto para ser discutido e votado em 2º turno no Plenário. A proposição do deputado Fred Costa (PHS) recebeu parecer favorável, de 2º turno, da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta terça-feira (22/11/11).

A relatora, deputada Maria Tereza Lara (PT), opinou pela aprovação da matéria na forma do vencido, ou seja, da maneira como o projeto foi aprovado em 1º turno no Plenário (com o substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, que fez somente adequações do texto à técnica legislativa).

O PL propõe que o Poder Executivo torne públicos os seguintes dados sobre a violência contra a mulher: número de ocorrências registradas pelas Polícias Militar e Civil e número de inquéritos instaurados pela Polícia Civil. A matéria estabelece, também, quais informações deverão ser divulgadas e a periodicidade semestral dessa divulgação, por meio da internet.

Fonte: http://www.almg.gov.br/



A deputada Luzia Ferreira é eleita presidente do PPS mineiro




A mulheres envolvidas na política em Minas Gerais tiveram mais uma vitória recentemente. A deputada estadual Luzia Ferreira (PPS) foi eleita no último dia 19/11 como a primeira mulher eleita como presidente do partido em Minas.

Pela primeira desde a criação do PPS, herdeiro e legatário do velho Partido Comunista Brasileiro, a presidência do partido em Minas foi decidida por votação direta, e não por consenso como nas eleições anteriores.

“Agradeço a confiança que meus companheiros depositaram ao me eleger presidente do PPS em Minas Gerais. Mais um desafio se inicia e as expectativas são as melhores”, afirma a deputada estadual Luzia Ferreira.

Em 2010, Luzia Ferreira foi eleita Deputada Estadual de Minas Gerais com 50.620 votos, sendo a deputada estadual mais bem votada pelo Partido Popular Socialista (PPS). Este número vem reforçar uma carreira política consolidada e atuação marcante em prol dos direitos sociais e da qualidade de vida da população.

Fonte: http://www.luziaferreira.com.br/

14 de outubro de 2011

Estudo aponta falha na cobertura de direitos da mulher na mídia


Abordagem sobre mulheres na política focada majoritariamente na disputa presidencial de 2010, violência contra as mulheres reduzida a caso de polícia e, nos dois temas, ausência de enfoque em políticas públicas. Estas são algumas deficiências da cobertura jornalística brasileira identificadas pelo projeto Monitoramento da Cobertura Jornalística como estratégia para a promoção da equidade de gênero.


Realizado pela ANDI, Instituto Patrícia Galvão e Observatório Brasil da Igualdade de Gênero, o monitoramento analisou a cobertura de 16 jornais de todas as regiões brasileiras em 2010 – quatro deles com circulação nacional –, observando os temas Mulheres e Política, Mulheres e Trabalho e Violência Contra as Mulheres.

Para Jacira Vieira, pesquisadora e diretora-executiva do Instituto Patrícia Galvão, o ano de 2010 foi marcado por presença importante do tema Mulheres e Política nos veículos pesquisados. "Há uma significativa produção midiática nos espaços de opinião, impulsionada pela candidatura expressiva de duas mulheres, Dilma Rousseff e Marina Silva. Então foi um ano excepcionalmente singular, por si só justificaria o interesse jornalístico pelo tema”, explica.

Apesar disso, o ponto negativo na cobertura é exatamente o enfoque quase que total nas eleições presidenciais, assunto presente em 40,99% das 231 notícias analisadas. "Isso é desfavorável. Porque no futuro pode ser que a gente não tenha um cenário de mulheres concorrendo, e aí não vai haver destaque jornalístico para o tema nas mulheres na política?”, questiona. 

Entre as lacunas da cobertura, aponta a ausência de matérias sobre ações de estímulo à participação feminina na política. "Foi um tema quase ignorado, a imprensa garantiu apenas espaço residual”, ressalta. 

De fato, apenas 4,24% das matérias trataram da Lei Eleitoral, embora a norma tenha sofrido mudanças importantes para o estímulo das mulheres na política. Uma minirreforma determinou que os partidos devem preencher cota de 30% de mulheres candidatas, ao invés de apenas reservar esse percentual para as mulheres. "Isso teve cobertura mínima, o tema não recebeu a devida atenção e faltou profundidade”, afirma.

Sobre a temática Violência Contra as Mulheres, a pesquisadora e editora-chefe da Agência Patrícia Galvão, Marisa Sanematsu, considera que há uma cobertura importante e significativa, quando mais de 20% das 1.506 matérias pesquisadas tiveram chamadas nas capas dos veículos. "A violência doméstica é um dos temas mais abordados, visto como um crime, não mais como uma coisa privada”, comemora.

Por outro lado, a pesquisadora enfatiza que "não falta quantidade, mas falta qualidade”. Isso porque as matérias têm enfoque policial, privilegiando abordagem individual do caso, presente em 73,78% das notícias analisadas. Até mesmo as chamadas nas capas têm apelo sensacionalista.

35,10% dos textos sobre violência cometida contra mulheres são publicados nas seções de notícias locais. Os cadernos policiais ficam com 15,70%, enquanto nos espaços opinativos estão menos de 6% das matérias, o que dá uma mostra da abordagem pouco reflexiva sobre o tema.

"A violência não é problematizada, não é vista como algo que tem a ver com políticas públicas e legislação. Por isso, as fontes mais ouvidas, 25,83%, são representantes policiais, delegados e delegadas. São ouvidos ainda especialistas, porém geralmente são advogados, e não estudiosos do assunto”, critica. A sociedade civil representa apenas 1,41% das fontes procuradas por jornalistas.

Marisa conclui que a cobertura é pouco crítica. 96% dos textos não fazem referência a serviços de denúncia ou atendimento às vítimas de violência, enquanto mais de 86,67% das notícias não mencionam nenhuma das legislações existentes na área. Apenas 2,13% das notícias sobre o assunto abordaram políticas públicas. Outro problema diz respeito à Lei Maria da Penha, muito citada, mas de conteúdo ainda pouco conhecido, segundo a pesquisadora.

"À mídia falta fazer seu papel de fiscalizador, crítico do Estado e prestar serviço, indicando locais onde as mulheres possam denunciar e procurar ajuda”, assinala.

Por fim, ela espera que o estudo cumpra seu papel de "apontar os pontos positivos, mas fazer a crítica à cobertura, apontando caminhos para que a mídia possa contribuir a esse esforço contra a violência de gênero”, arremata.

Fonte: Adital

Zimbabué: Mulheres libertam-se online num país conservador como Zimbabué


Num país descrito em grande parte como conservador, onde relembram constantemente às mulheres o seu lugar dizendo-lhes o que devem discutir abertamente ou o que não podem, numa sociedade que muitos vêem como parada no tempo, a Internet tem oferecido uma plataforma valiosa para a discussão de temas que de outra forma permaneceriam tabus. Afinal de contas, isto é o Zimbabué, onde o presidente é conhecido mundialmente pelos seus fortes pontos de vista contra assuntos como a homossexualidade.
Mulheres blogueiras e utilizadoras do Facebook aproveitaram estas plataformas para discutirem temas relacionados com a sua sexualidade e com tudo aquilo que faria corar, sem dúvida, o Presidente Mugabe. Elas criaram tudo nestas plataformas, desde as suas próprias bases informáticas chamadas de ”tias agonizantes” até à desfragmentação do papel das mulheres na política e na economia.
A Internet tem oferecido plataformas valiosas para a discussão de questões que são comumente consideradas tabus. Fonte da foto: página do Facebook da Makhox Women's League.
A bloguer Delta Ndou [en] descreve o seu blogue como espaço para ”reflexões de uma feminista”, e, tratando-se do Zimbabué, podemos considerar esta afirmação audaciosa. Ndou tornou-se de alguma maneira uma celebridade da Internet graças ao seu blogue, onde escreve sobre qualquer coisa desde o teste de Papanicolau, passando pelo casamento, pelo sexo e sem esquecer as mulheres que traem os maridos. Numa publicação intitulada “O exemplo de Hillary” [en], Ndou debate o futuro da Secretária de Estado Americana Hillary Clinton e como esta lidou com o escândalo envolvendo Bill Clinton e Monica Lewinsky.
 Num dos textos publicados no blog, Ndou escreve sobre o Papanicolau:
I mean if women can sit through a 5 hour hair-braiding session; and the time we sacrifice towards looking good in salons – we can actually spare a few hours for our cervixes to get inspected. For the record, having done the pap-smear; I am not expected to show up for another one until after 2 years so the convenience and peace of mind was worth the experience. Do yourself a favor… if it means wearing a disguise, traveling to another city where no one knows you or whatever – get a pap-smear.
Quero dizer, se uma mulher consegue ficar cinco horas sentada a arranjar o cabelo; fora o tempo que sacrificamos para ficarmos bonitas - podemos então gastar algumas horas para que nos inspeccionem o cérvix. Para que conste, depois de feito o Papanicolau só devo repetir o exame daqui a dois anos portanto a vantagem e a paz espírito valeram a experiência. Faça um favor a si mesma…se para fazer este teste significa ter de disfarçar-se,  de viajar para outra cidade onde ninguém a conhece ou seja lá o que for - certifique-se que faz o teste de Papanicolau.
São coisas deste género que trouxeram popularidade ao blogue. Ela continua:
You need it and it’s free. While issues like male circumcision have enjoyed much prominence in media coverage; the need for pap-smear testing remains a very obscured but pressing health care issue. So this article is a modest contribution to address this oversight. Men go and get circumcised. Women go and get a pap-smear.
O exame é gratuito e você precisa dele. A circuncisão masculina tem sido alvo de destaque nos meios de comunicação; a necessidade do Papanicolau tem estado à sombra embora seja um assunto premente. Por isso este artigo é uma contribuição modesta para a resolução deste descuido. Homens, vão circuncisar-se. Mulheres, vão fazer o teste de Papanicolau.
Ela não é a única a dizer online o que lhe vai na cabeça. A bloguer Fungai Machirori leva o “discurso feminista” a um nível mais alto. Machirori escreve sobre vaginas e tudo o que provoque “choque e pavor” às pessoas normais do Zimbabué e é a sua escrita que define a essência dos blogues: liberdade de expressão.
Numa das suas publicações Machirori pergunta sem pudores, “Que aspecto tem a vagina?” [en]:
Qual é o aspecto “normal” de uma vagina?
What does a ‘normal’ vagina look like?
This might be a startling question for you, but when you really think about it, it is quite valid.
They come in all shapes and colours, but we never dare investigate…
Unlike men who know about average inches and centimetres for their appendages, we women don’t really know much about our sexual organs…
We women rarely look at our own vaginas, let alone anyone else’s – so how should we know?! Unlike men who have to interact with their penises each time they urinate or change their underwear, we women hardly ever pay attention to our vaginas. Besides, it’s not like it’s easy to get them in full view anyway. Mirrors and strange positions are required and this just adds to the awkwardness of trying to become knowledgebale about your own body.
And sadly, the only time many young women become aware about the appearance of the vagina is when they are forced to alter it from its own natural state.
Esta pergunta pode ser surpreendente mas se pensarmos mesmo sobre isto, veremos que é uma pergunta válida.
Há vaginas de todos os formatos e cores, mas nunca nos atrevemos a investigar…
Ao contrário dos homens que sabem todos os detalhes e centímetros dos seus apêndices, nós mulheres não sabemos muito acerca dos nossos orgãos sexuais…
Nós mulheres raramente olhamos para as nossas vaginas, quanto mais para as vaginas das outras - portanto como as poderíamos conhecer? Ao contrário dos homens que têm de interagir com os seus pénis cada vez que urinam ou que trocam a roupa interior, nós mulheres raramente prestamos atenção às nossas vaginas. Além disso, não é propriamente fácil vê-las. Exigem-se espelhos e posições estranhas e a isto acrescenta-se a estranheza de tentar ter conhecimentos sobre o próprio corpo.
E infelizmente, a única vez em que as mulheres jovens tomam consciência da aparência das suas vaginas dá-se quando são forçadas a mudá-la a partir do seu estado natural.
A bloguer Shonavixen [en] começou recentemente um desafio bloguista de 30 dias que será indubitavelmente considerado pelos seus companheiros internautas como uma produção prodigiosa.
O Facebook não passou despercebido às mulheres que criaram o seu próprio grupo chamadoMakhox Women's League.
As publicações são escritas geralmente em SiNdebele, língua local e isto talvez seja um indicador de que a utilização das línguas locais para dar voz e espaço a tudo começa a ganhar terreno na cyber esfera. É aqui que as mulheres trocam de papéis como “tias agonizantes ” e “em agonia”, e estas trocas nâo têm preço. Este grupo tenta utilizar este espaço através de expressões pessoais que a media convencional falhou em preencher e que por natureza das trocas entre os membros, nunca veriam a luz do dia “num jornal familiar”.
Pode ler-se [en] o último tópico na página do grupo: 
What are the disadvantages of being a stepmom or are there any advantages or something you've seen either good or bad…. Let's share makhosikazi. RM.
Quais são as desvantagens de ser-se madrasta ou existem vantagens ou qualquer coisa que se tenha visto de bom ou de mau. Vamos partilhar makhosikazi. RM.
O Facebook tem-se tornado, de facto, ponto de encontro para o debate de temas “tabu” entre as mulheres do Zimbabué. Numa das suas publicações, Machirori fala sobre mulheres que namoram homens mais novos e algumas mulheres levam este discurso para aquela que é verdadeiramente a maior rede social do mundo, o Facebook.
Machiroriquestiona [en]: “Se as mulheres do Zimbabué no Facebook dizem que não se importam de sair com homens mais novos, será possível que as coisas estejam a mudar?”
Isto é particularmente interessante porque é um tópico em que a sociedade do Zimbabuense não aceitaria debater abertamente, mas claro, espera-se que os homens casem com mulheres bem mais jovens! Talvez estas bloguers feministas estejam a expôr as inconsistências através do único canal de que dispõem: a blogoesfera e o Facebook.
São tempos de mudança concretas, como cantava Bob Dylan. E graças à Internet e ao aumento da presença de mulheres na rede.

Conheça a personalidade política de Dilma


Um dos elementos que costuma mais chamar a atenção nos políticos é a personalidade deles e a forma com que se relacionam com seus eleitores em potencial. Muitos deles deixam transparecer um lado mais brincalhão e descontraído, enquanto outros são mais frios e sérios.

O contraste entre a personalidade do ex-presidente Lula e Dilma Rousseff, por exemplo, é explícita. Enquanto Lula era visto pelo mundo todo como um líder carismático e simpático, Dilma vem sendo notada como uma política mais “firme” e séria.

A revista americana Newsweek a apelidou até mesmo de “Dilma Dinamite” em sua última edição. O título da reportagem também chamou a atenção : “Don’t mess with Dilma” (“não brinque com Dilma”, em tradução livre).

Outras mulheres da política mundial também têm uma personalidade que desbanca qualquer um que ainda acredite no protótipo do “sexo frágil”. Angela Merkel, Chanceler alemã, e Hillary Clinton, Secretária de Estado americana, têm uma postura séria e, apesar do preconceito ainda existe contra mulheres no meio político, conquistaram respeito.

Para a cientista política e professora da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), Roseli Coelho, esse traço da personalidade da presidente brasileira não é negativo.

“Não é um traço simpático, mas as pessoas estão se acostumando e não poderia ser de outra forma.  Esse é o caminho que ela escolheu para criar uma persona política e tem a ver com o jeito pessoal dela pessoal, mesmo”, afirmou.

Para Roseli, o preconceito contra as mulheres dentro da política também está prestes a acabar. “Tenho a impressão de que em algumas décadas  essa diferença entre homens e mulheres na política vai desaparecer. Isso é um traço da modernidade. Tenho a impressão de que as últimas fortalezas do machismo estão caindo”. 


Fonte: Isabella Ayub