Apesar de apresentar um crescimento significativo desde 1990, as mulheres ainda são minoria no Congresso Nacional. Hoje, dos 513 deputados na Câmara, apenas 46 são mulheres, ou seja, 8,97%. No Senado, dos 81 parlamentares, 10 são mulheres (12,34%).
Segundo o professor do Instituto de Ciência Política da UnB (Universidade de Brasília), Leonardo Barreto, apesar de o Congresso ter instituído, em 1996, cotas na Legislação Eleitoral --que, hoje, obriga os partidos a inscreverem, no mínimo, 30% de mulheres nas chapas proporcionais--, o sistema ainda é pouco eficiente.
"A cota não resolveu, o sistema é pouco eficiente. Hoje, o Congresso é representado por entre 8% e 12% das mulheres."
Barreto afirmou que o fato se deve ao preconceito que ainda existe. "A entrada da mulher no mundo da política é difícil, porque algumas pessoas ainda pensam que política é para homem. Em alguns países, como na Argentina, a mulher já domina a política. No Brasil, a situação ainda pode mudar e a mulher chegar à Presidência da República."
O professor destacou medidas que poderiam ajudar a reverter o atual quadro feminino na política brasileira: políticas de valorização da mulher, reforma política, investimentos em construção de lideranças femininas, e uma lei punindo os partidos que não atingirem a cota mínima estabelecida.
"Teria de ser uma cota de cadeiras e não uma cota de candidaturas", explicou.