29 de setembro de 2011

Avançam as negociações sobre o financiamento público de campanha – o que é muito importante para as mulheres

Após um dia de intensas negociações avançou o entendimento sobre a adoção do financiamento público para as futuras campanhas eleitorais. Essa é a conclusão do relator da Comissão Especial da Reforma Política da Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS).

Nesta quarta-feira (21), líderes do PT, PMDB, PSB, PDT e PC do B, além do relator, reuniram-se no Palácio do Jaburu com o ex-presidente Lula e o vice-presidente da República, Michel Temer, para debater a reforma. À tarde, Fontana recebeu apoio dos dirigentes da União Nacional dos Estudantes (UNE).

“Os cinco partidos presentes à reunião defendem o financiamento público, com forte redução dos custos de campanha. Para termos realmente uma democracia, é preciso um processo em que todos tenham chance de serem candidatos. O financiamento público traz esse ganho para a democracia brasileira”, disse Fontana.

Além desse tema, na reunião à tarde com o presidente da UNE, Daniel Iliescu e o Diretor de Relações institucionais da entidade, André Costa, Fontana destacou outros pontos importantes da Reforma. “O anteprojeto que apresentamos na Comissão também democratiza a participação da sociedade na vida política do país. Pelo texto, qualquer pessoa ou entidade poderá apresentar uma proposta de projeto de lei ou
Emenda Constitucional e, mediante o uso da internet e das redes sociais, angariar apoio na sociedade para fazer a proposta tramitar no parlamento”, assegurou Henrique Fontana.

Segundo o relator, após protocolar a proposta, a Câmara ou o Senado disponibilizaria no site oficial da Casa o projeto e, por meio das redes sociais, qualquer cidadão poderia manifestar apoio. Para seguir tramitando no Congresso o projeto deverá ter 500 mil assinaturas digitais e 1,5 milhão de apoios, no caso de Emenda Constitucional. Fontana também disse aos líderes estudantis que estuda diminuir o limite de idade para candidatura ao Senado, além de destinar percentual da cota do fundo partidário para formação política de lideranças jovens nos partidos.

O presidente da UNE afirmou durante a reunião que a entidade tem grande identidade com várias das sugestões do relatório de Henrique Fontana. “Para a UNE, a adoção do financiamento público de campanha é uma questão estruturante para o país. Também aceitamos a proposta do sistema proporcional misto, pois entendemos as dificuldades para adotar apenas o voto nas listas partidárias”, ressalvou.


 Fonte: site do PT de São Paulo

Comissão da Verdade é aprovada na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (21) o projeto de lei do Poder Exceutivo que cria a Comissão Nacional da Verdade, no âmbito da Casa Civil da Presidência da República. A Comissão tem como objetivo esclarecer os casos de violação dos direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1998, o que inclui o período da ditadura militar.

O parecer aprovado pelos deputados foi apresentado pelo relator, deputado Edinho Araújo (PMDB-SP). O projeto segue agora à apreciação do Senado Federal.

Inicialmente, o relator havia recomendado a aprovação do texto original do governo, mas, em virtude das negociações, ele acatou emenda para melhorar o texto e também viabilizar sua aprovação. Segundo Edinho Araújo, a criação da comissão é uma reivindicação histórica da sociedade . “A exemplo de comissões criadas em outros países, essa é uma iniciativa para a reconciliação nacional”.

Para viabilizar a votação, compareceram à Câmara os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, entre outras autoridades do governo envolvidas na questão. O governo teve que ceder em alguns pontos e acatou emendas do DEM e do PSDB. A emenda do DEM trata de critérios sobre a escolha dos membros da comissão.

A emenda estabelece que não poderão participar da comissão: pessoas que exerçam cargos executivos em agremiação partidária, com exceção daqueles de natureza honorária; não tenham condições de atuar com imparcialidade no exercício das competências da comissão e estejam no exercício de cargo em comissão ou função de confiança em quaisquer esferas do Poder Público.

A emenda do PSDB acatada nas negociações estabelece que qualquer pessoa citada pela comissão ou que queira esclarecer algum fato pode solicitar ao colegiado para ir prestar esclarecimentos.

O líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que atuou de forma intensa nas negociações para a aprovação da Comissão da Verdade, disse que o objetivo foi produzir um texto que garantisse o conteúdo da comissão, que “é esclarecer os fatos e, após os esclarecimentos desses fatos, não terá nenhuma perseguição e nenhum desdobramento judicial. O intuito é do esclarecimento”, disse.

A Comissão Nacional da Verdade será composta de sete membros indicados pela presidente da República, Dilma Rousseff, entre brasileiros de reconhecida idoneidade e conduta ética, identificados com a defesa da democracia e institucionalidade constitucional, bem como com o respeito aos direitos humanos. Os membros da comissão serão designados com mandato de duração até o término dos trabalhos da comissão, a qual será considerada extinta após a publicação do relatório final.

Nas votações dos destaques, os deputados aprovaram dispositivo do PPS, que determina o envio de todo o acervo apurado ao Arquivo Nacional. Os deputados rejeitaram destaque apresentado pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que proibia a denúncia criminal ou aplicação de sanção punitiva de qualquer tipo aos militares que se recusarem a colaborar com a Comissão da Verdade.

Fonte: Agência Brasil e reproduzida no site Vermelho

Horário político chegou no Twitter

Tweets pagos de políticos serão aceitos mesmo em época de eleição

Como se não bastasse preencher um espaço obrigatório na televisão, o horário político eleitoral vai chegar ao Twitter. A empresa anunciou recentemente que aceitará veicular tweets pagos de candidatos políticos, mirando principalmente as eleições presidenciais norte-americanas de 2012, na quantidade de propaganda que a disputa consegue produzir e na tendência de partidos e marketeiros gastarem cada vez mais dinheiro com campanhas em mídias sociais.

O primeiro anunciante confirmado é o republicano Mitt Romney, mas muitos outros devem ser confirmados nos próximos meses. O Twitter afirma que fará pequenas modificações no design dos pedidos por votos, para que eles não sejam confundidos com tweets comuns e nem sejam iguais aos Promoted Tweets, mensagens publicitárias de empresas inseridas obrigatoriamente na linha de atualizações.

A empresa afirmou que quando o usuário passar o cursor por cima da mensagem política será aberta uma janela pop-up dizendo quem pagou pelo anúncio. Outro diferença é que, por enquanto, eles não aparecerão nas buscas (ao contrário dos tweets de empresas). Políticos também poderão entrar nos programas ‘Promoted Account’ (Conta promovida), ganhando preferência no sistema de indicação de perfis, e em ‘Promoted Trends’ (Tendência promovida), aparecendo no topo da lista de tendências.

Plano Nacional de Redução da Obesidade

Pela primeira vez em sua história, o Brasil tem uma mulher na Presidência da República. Também pela primeira vez, a Revista ABESO publica entrevista exclusiva com a dirigente máxima do país, a Presidenta Dilma Rousseff, trazendo notícias sobre a área da saúde, especialmente no que se refere à mulher e à obesidade.

ABESO: Pela primeira vez, comemoramos o Dia Internacional da Mulher, a 8 de Março, tendo uma mulher na Presidência da República. Como a mulher brasileira pode esperar que isto repercuta em sua qualidade de vida nos próximos anos?
Presidenta Dilma Rousseff: Eu tenho o dever de honrar as mulheres porque sou a primeira mulher eleita Presidente da República. Fui eleita por homens e mulheres e vou honrar cada voto. Minha eleição representa, concretamente, que as meninas agora podem querer ser presidentas do Brasil. Isso constitui um avanço extraordinário no processo de combate à discriminação de gênero.

ABESO: O Governo pretende implantar políticas específicas para melhorar a saúde da mulher?
Presidenta: Já estamos fazendo isso. No dia 23 de março, lançamos uma política abrangente de combate ao câncer de mama e do colo de útero. Vamos instalar serviços especializados para a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento. Serão R$ 4,5 bilhões investidos nesse desafio. Eu recebi um diagnóstico de câncer. Como a doença foi detectada no princípio, foi possível evoluir para a cura. Quero que todas as mulheres no Brasil tenham acesso aos mesmos recursos de diagnóstico e tratamento que recebi. A nossa expectativa é assegurar que milhões de brasileiras tenham acesso a um Papanicolau e a uma mamografia de qualidade e, quando necessário, possam receber tratamento humano e eficiente com radioterapia e quimioterapia. Outra ação do meu governo na área de saúde da mulher é a Rede Cegonha, que também foi lançada em março. O objetivo do programa é dar condições adequadas para que as mulheres tenham seus filhos com atendimento e proteção, desde o início da gravidez aos primeiros dias de vida da criança. Com a Rede Cegonha, a atenção básica será ampliada nas esferas de planejamento familiar, pré-natal, primeiros momentos após o parto e atenção integral à saúde da criança. Na atenção especializada, cuidaremos do pré-natal da gestante de risco e do nascimento da criança. Haverá toda uma linha de cuidados, tanto nos hospitais gerais quanto nas maternidades. Criaremos centros de parto normal ligados aos hospitais. A rede de assistência também ampliará o cuidado para o recém-nascido em risco que necessite de UTIs e UCIs neonatais.

ABESO: Em relação à obesidade, que é uma doença crônica de alta comorbidade, o quanto ela atualmente onera o sistema público de saúde e de Previdência do nosso país?
Presidenta: Cerca de metade da população adulta tem excesso de peso, que atinge também outras faixas de idade, como crianças de 5 a 9 anos e adolescentes. A obesidade cresce em todas as faixas de
idade, desde os 5 anos até a idade adulta. Quando a obesidade chega mais cedo, antecipam-se, também, doenças como diabetes, hipertensão arterial e problemas circulatórios. Isso acarreta não somente mais gastos para o sistema de saúde, como, principalmente, o comprometimento da saúde e da qualidade de vida das pessoas. Vemos crianças e adolescentes apresentando doenças crônicas cada vez mais cedo, o que é bem preocupante. O trabalho de prevenção gera custos significativos para o sistema público de saúde. Mas, em termos econômicos, estudos de custo-efetividade mostram que o que se aplica em ações preventivas – especialmente na promoção da saúde e na alimentação saudável - representa economia de gastos com o tratamento da obesidade e doenças associadas.

ABESO: Em dezembro do ano passado, o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, se juntou à ABESO dando o apoio do Ministério da Saúde para a Campanha da Obesidade Infantil e Pré-Natal que estamos desenvolvendo. Existe algum plano governamental contra a escalada da obesidade?
Presidenta: A ABESO está de parabéns por essa iniciativa, que demonstra que sociedade e poder público podem atuar juntos na promoção da saúde. Em relação às ações do Ministério da Saúde na atenção à obesidade, estão em curso várias iniciativas, desde o monitoramento do estado nutricional da população atendida pelo SUS até a implementação da Estratégia Nacional de Promoção da Alimentação Complementar Saudável, a Enpacs, que atua junto com a Rede Amamenta, orientando mães e crianças. Outro projeto importantíssimo, já em andamento, é o Programa Saúde na Escola. Uma novidade adicional, muito interessante, foi a inclusão de nutricionistas nos Núcleos de Apoio ao Programa Saúde da Família. O Ministério da Saúde também está elaborando o Plano Nacional de Redução da Obesidade, que deve ser lançado brevemente. É um Plano com diversas abordagens, como o aumento da oferta de alimentos saudáveis, a promoção da alimentação saudável e da prática de atividade física, estratégias de informação e comunicação, e controle e regulação de alimentos.
Considero que uma área fundamental nesse contexto é a da indústria de alimentos. O governo federal trabalha junto com o setor produtivo buscando a redução dos teores de gorduras, açúcar e sódio nos alimentos processados. Já conseguimos êxitos expressivos na redução e eliminação das gorduras trans em várias categorias de alimentos. E estamos discutindo proposta específica para a redução do consumo de sal e sódio pela população. Pelos esforços que vem fazendo na prevenção da obesidade, o Brasil obteve reconhecimento em nível internacional, por meio do International
Obesity Taskforce (IOTF), que encaminhou mensagem de congratulações ao Ministério da Saúde, em agosto de 2010. Eles deram destaque às ações brasileiras de regulação da publicidade de alimentos, de
monitoramento das tendências de obesidade na população, de gerenciamento da obesidade nos serviços de saúde, de estímulo ao aleitamento materno e introdução adequada e oportuna dos alimentos após o período de amamentação e, também, aos avanços na alimentação escolar.

ABESO: Quais áreas do governo seriam mobilizadas na campanha contra a obesidade? Apenas a área da saúde ou outras, como esporte e educação?
Presidenta: Não há dúvida de que alimentação e atividade física são o “remédio” certo contra o excesso de peso e a obesidade. Fica claro, também, que o setor da saúde não é capaz de enfrentar sozinho o desafio. Portanto, é imperativo que sejam também envolvidos outros setores, como a educação, a agricultura, o desenvolvimento agrário, o desenvolvimento social, trabalho e emprego, esportes e o setor privado. Cada setor deve contribuir, com sua competência específica, para a produção de alimentos nutricionais ideais e para a prática e a formação de hábitos e estilos de vida saudáveis, que incluam o binômio alimentação-atividade física. É importante, sobretudo, desenvolver ações que levem a população a se conscientizar e a consumir o que é sinônimo de saúde.

Fonte: Revista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica

Mulheres na Política: Cancer: a informação pode salvar vidas!

Mulheres na Política: Cancer: a informação pode salvar vidas!: Converse com seu médico e informe-se sobre o exame Papanicolau Veja algumas perguntas e respostas que podem a saber um pouco mais sobre o ...

Cancer: a informação pode salvar vidas!

Converse com seu médico e informe-se sobre o exame Papanicolau


Veja algumas perguntas e respostas que podem a saber um pouco mais sobre o câncer do Colo do Útero e o exame preventivo:

O que é câcner do colo do útero?
É um tumor que se desenvolve a partir de alterações no colo do útero, que se localiza no fundo da vagina. A doença passa por diferentes fases antes de se transformar em câncer e no início a mulher não sente nada. Conforme a doença avança, podem aparecer sangramento vaginal, corrimento e dor; não necessariamente nessa ordem.

O que pode levar ao câncer de colo do útero?
A causa é a infecção persistente pelo Papilomavírus Humano, o vírus HPV (não confundir com o vírus HIV, que causa AIDS). Existem mais de 100 tipos de HPV, embora poucos causam o câncer do colo do útero. O início precoce da atividade sexual e a diversidade de parceiros podem facilitar a infecção. O fumo aumento o risco do câncer.

Como evitar o câncer do colo do útero?
Fazendo o exame preventivo (Papanicolau). quando as alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir a doença em 100% dos casos.

O que é exame preventivo?
É a coleta de materia do colo do útero por meio de espátula e escovinha. Esse material é colocado em uma Lâmina de vidro para ser depois examinado em um laboratório.

Quem deve se submeter ao exame?
As mulheres com vida sexual, principalmente aquelas entre 25 e 59 anos de idade. Mulheres gráficas também pode fazer o exame.

Com que frequencia deve ser feito o preventivo?
Os exames devem ser feitos com um intervalo de um ano.

Quais os cuidados para a realização do exame preventivo?
Não estar menstruada (regulada). Nos dois dias anteriores ao exame: não ter relação sexual (mesmo com camisinha) e não usar dunhas ou medicamentos vaginais. Em caso de sangramento foram do período menstrual, a mulher deve sempre ser examinada por médico.

O exame dói?
O exame é rápido e para a maioria das mulheres é indoloar, Em algums casos pode provocar incômodo passageiro.

O que fazer após o exame?
A mulher deve sempre retornar ao local onde foi realizado o exame para receber o resultado e as orientações. Tão imporntate quanto realizar o exame é saber o resultado!

E se o resultado der alguma alteração?







28 de setembro de 2011

Aborto e ética - Questões polêmicas

Entrevistado de Dráuzio Varella - Dr. William Saad Hossne é professor de Medicina e coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.

Poucas questões em medicina têm despertado debates tão acalorados quanto a questão do aborto. Se por um lado há os que defendem a discriminalização do aborto, há aqueles – e são muitos – que se apóiam em argumentos morais, políticos e religiosos para continuar contrários à sua proibição.

No Brasil, está na lei que o abortamento é permitido em duas situações: quando a gravidez representa risco de morte para a mãe e nos casos de estupro, se a mulher desejar interromper a gravidez. Mais recentemente, os juizes têm deferido favoravelmente os pedidos de interrupção da gravidez dos fetos anencéfalos.

Apesar da polêmica e das restrições, o número de abortamentos realizados clandestinamente no nosso país é enorme. A julgar apenas pelos índices expressivos de complicações decorrentes de abortamentos realizados em condições precárias nas mulheres atendidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), fica evidente que a atual lei brasileira sobre o assunto não está sendo respeitada. Portanto, é chegada a hora de rediscutir um problema que envolve todos os segmentos sociais.

SITUAÇÕES LEGAIS

 
Drauzio – Sob o ponto de vista legal, o aborto é um procedimento proibido no Brasil, mas isso não impede que continue sendo realizado. Como o senhor explica esse fato?

William Saad Hossne – Quando determinados valores humanos ou situações da vida são objeto de discussão e, através dos usos e costumes, são estabelecidos como valores consagrados, passam a figurar em lei. Foi isso que ocorreu com o aborto no Brasil. Atualmente, no nosso país, ele deixou de ser uma questão puramente médica e de reflexão ética, para transformar-se questão que abrange toda a sociedade, pois já virou lei, segundo a qual o aborto só não é crime nos casos em que a mulher foi vítima de estupro e deseja abortar (não é o fato de ser estupro que autoriza o abortamento; é preciso que a mulher queira interromper a gravidez) e quando é a única maneira de salvar a vida da mãe, que corre risco de morte.
Embora essas sejam as duas únicas situações contempladas pela legislação brasileira que vigora desde a década de 1940, recentemente, o desenvolvimento dos métodos de diagnóstico, principalmente do ultra-som, tornou possível caracterizar malformações, algumas incompatíveis com a vida futura. O feto nasce vivo, mas com deficiência ou falta de vários componentes do encéfalo, sobrevive algumas horas ou, no máximo, alguns dias e morre. É o caso da anencefalia, impossível de ser diagnosticada na época em que se discutiu o assunto e deixou de ser considerada pelos legisladores. Há alguns anos, porém, creio que no Paraná, uma senhora com diagnóstico de feto anencéfalo recorreu à justiça, pedindo autorização para interromper a gravidez e o juiz deferiu. Com base nesse precedente, mais ou menos 300 casos semelhantes foram autorizados pela justiça, apesar de a situação não estar explicita na lei.

FETOS ANENCÉFALOS

 
Drauzio – Há pouco correu a notícia de um debate no Supremo Tribunal em que os juízes manifestaram-se contra ou a favor da interrupção da gravidez nos casos de feto anencéfalo.

William Saad Hossne – Essa questão também foi amplamente discutida no Conselho Federal de Medicina e as opiniões se dividem, é claro, embora até o momento nenhuma experiência tenha mostrado que esses fetos sobrevivem. De acordo com o ponto de vista dos juízes que defenderam a interrupção da gravidez de fetos anencéfalos, não haveria descumprimento da lei nessa conduta, porque, embora o risco de morte da mãe não fosse imediato, estariam evitando que a mulher enfrentasse as dificuldades de uma gestação que, com certeza, redundaria na morte do feto. Já os que defendem a posição contrária argumentam que autorizar a interrupção nos casos de anencefalia pode abrir um precedente que serviria de referência para outros tipos de malformação, o que isso poderia levar a um critério de eugenia, no sentido pior da palavra, parecido com o que os nazistas tentaram fazer no passado. No entanto, os juízes que defendem a interrupção da gravidez nesses casos contra-argumentam que essa decisão refere-se a um problema específico.  Apesar disso, há autorizações judiciais que permitem interromper a gravidez se o feto apresentar outras malformações graves.

Drauzio – Vamos imaginar uma paciente com feto sem encéfalo, portanto, com possibilidade nenhuma de sobrevivência que, ao receber esse diagnóstico na metade da gravidez, tenha entrado num processo de depressão, de tristeza profunda que pode afetar sua saúde. Digamos que essa mulher não se sinta em condições de enfrentar todos os problemas associados à gravidez para dar a luz a um feto que vai morrer dois ou três dias depois do parto. O senhor acha que um médico, diante dessa situação, possa ser condenado por atender o pedido dessa mulher?

William Saad Hossne – Se, de acordo com sua consciência, o médico achar que a interrupção da gravidez é necessária, deve tomar o cuidado de pedir a autorização do promotor ou do juiz para não correr o risco de ser processado. Em casos como o que você propôs, a esmagadora maioria dos pedidos é despachada favoravelmente.

Drauzio – O médico deve agir, assim, para não infringir a lei vigente no país. Mas, do ponto de vista moral, sua conduta seria condenável?

William Saad Hossne Fui convidado a participar da discussão no Conselho Federal de Medicina sobre a interrupção da gravidez e argumentei que a questão não era tão simples como aparenta. Vamos considerar o caso de uma mulher que deseja levar avante a gravidez. Ela e o marido estão satisfeitos, torcendo para que tudo corra bem, mas de repente recebem o diagnóstico de que o feto é anencéfalo. Essa notícia provoca um trauma, um estresse muito grande e a decisão é difícil, porque a interrupção da gravidez é sempre traumática em qualquer situação. Quanto ao médico, mesmo resguardado por permissão judicial, ele não pode pensar que interromper uma gravidez é como extrair um abscesso. É preciso dar apoio à mulher que, sem dúvida, está sofrendo, embora a tendência seja considerar o feto anencéfalo como um natimorto. Portanto, sob o ponto de vista da ética, não se devem traçar normas rígidas, mas, sim, respeitar a vontade da paciente e a do médico, que não é obrigado a praticar um ato que contrarie seus ditames de consciência mesmo que ele seja legal. Esse direito lhe é assegurado pelo Código de Ética Médica.

Drauzio – Nos casos de anencefalia, as pessoas costumam decidir pela interrupção da gravidez?

William Saad Hossne – Há casos descritos em que a mãe, apesar do diagnóstico, deseja levar a gravidez até o fim e essa decisão tem de ser respeitada. Sabe que o feto irá morrer, mas quer que ele seja doador de órgãos.  Essa gestante precisa ser informada, porém, que a possibilidade de usar os órgãos do anencéfalo é pequena, porque geralmente esse problema está associado a outras malformações. Em geral, os rins podem ser doados para recém-nascidos, mas órgãos como o fígado e o pâncreas, por exemplo, não podem ser utilizados porque não estão suficientemente maduros.

Drauzio – Vamos supor outro viés dessa situação. Diante do diagnóstico de feto anencéfalo, a gestante, seus familiares, todos estão de acordo que a melhor solução é interromper a gravidez e o médico faz isso sem pedir a autorização da justiça. Deixando de lado os aspectos legais da questão, do ponto de vista puramente ético, é condenada essa atitude do médico?

William Saad Hossne – Para muitas pessoas, moral e ética são sinônimos, diferindo apenas na origem de cada palavra. Moral vem do latim e ética, do grego. Ambas significam costumes e lidam com os valores humanos. Eu faço, porém, uma distinção entre moral e ética. Quando me refiro a valores morais, estou pensando naqueles que determinada sociedade, pelos usos e costumes, consagrou e aos quais todo cidadão deve obedecer. Não se trata de valores escolhidos individualmente: precisam ser introjetados. Em grego, a palavra ética significa não só costumes, mas também conduta humana e refere-se, em geral, a um juízo crítico de valores que implica uma opção que vem de dentro da cada indivíduo.
Para realizar o exercício ético de juízo de valores, a primeira exigência é não ter preconceitos. Não posso examinar um conflito se tenho uma posição pré-estabelecida. A vida não é o que eu acho. Preciso respeitar o ponto de vista do outro e ter a humildade de rever minhas posições constantemente. Veja este exemplo: diante dos novos métodos de clonagem, não existe experiência acumulada pelos usos e costumes. Essa questão ainda está no campo da discussão ética, isto é, do juízo de valores. Há mais perguntas do que respostas a respeito desse tema. Quando, porém, pelos usos e costumes alguns valores forem selecionados, a questão passará a ser moral e irá configurar em código e em lei.
A interrupção da gravidez já não é mais uma discussão exclusivamente ética.  Na minha avaliação pessoal, discriminalizar qualquer tipo de abortamento, não apenas os previstos em lei, vai interferir numa opinião já estabelecida pela sociedade. Nessas circunstâncias, interromper a gravidez de um feto anencéfalo vai depender muito do médico. Se ele achar que deve fazê-lo, pode contar com toda a cobertura legal. Agora, se sua consciência disser não, a gestante deve recorrer a outro médico, que certamente terá amparo judicial para interromper a gravidez.

OUTROS CASOS

Drauzio – Essa argumentação não valeria para qualquer tipo de abortamento? Veja o que aconteceu nos Estados Unidos, antes e depois da liberalização do aborto. Antes, os médicos que praticavam o aborto eram considerados criminosos e mal-vistos pelos colegas. Eram lá e são aqui. De repente, uma lei definiu o abortamento como procedimento permitido e esses médicos voltaram a ser senhores respeitados e ninguém mais criticou sua conduta. Isso quer dizer que uma simples mudança na lei tem o poder de modificar o comportamento e a visão da sociedade a respeito de um assunto tão polêmico quanto esse?

William Saad Hossne – Isso acontece porque a interrupção da gravidez deixou de ser uma questão individual e passou a ser questão coletiva. No entanto, é preciso lembrar que o aborto não se restringe a um simples procedimento médico. Pressupõe um trauma para a mulher, que necessita de acompanhamento, assistência e apoio. Mesmo assim, quando ela decide abortar, acaba encontrando uma maneira de fazê-lo. Se as condições financeiras permitirem, será assistida com mais segurança. Se não permitirem, correrá enorme risco de infecção, de perfuração do útero, de morte.
Por isso, chegou o momento de rever a questão do abortamento, de abrir uma discussão ampla, lembrando sempre que se trata de uma questão complexa que envolve seres humanos, seus traumas, expectativas e frustrações.

Drauzio – É muito difícil calcular quantos abortamentos ocorrem anualmente no Brasil. Segundo as estatísticas do SUS (Sistema Único de Saúde), o número de mulheres que são atendidas nos hospitais públicos gratuitamente com complicações de abortamento está ao redor de um milhão, um milhão e pouco, isso sem contar as que têm dinheiro, pagam pelo trabalho de profissionais gabaritados e correm menos riscos. É um número expressivo que não pode ser desprezado. Do ponto de vista ético, o senhor acha que a sociedade age bem ao considerar o aborto um crime?

William Saad Hossne – Eu acrescentaria um pequeno detalhe ao seu raciocínio. Muitas dessas interrupções são de gravidez de adolescentes sem nenhuma experiência de vida e necessitam de apoio, o que torna o problema ainda mais grave. E mais: trata-se de uma gravidez que, se não desejada, poderia ter sido evitada. Por isso, torna-se cada vez mais necessário desenvolver um processo educativo para diminuir a possibilidade de que situações traumáticas e estressantes, como a interrupção da gravidez, aconteçam. O tema do aborto tem de ser reanalisado, rediscutido e acabar num plebiscito, porque é um problema que atinge todos os segmentos sociais.

Drauzio – O curioso nessa proibição é que ninguém é mais contra o aborto do que a própria mulher que se submete a um abortamento. Seu psiquismo está influenciado pelos hormônios da gravidez que a preparam para a maternidade e não para a interrupção da gravidez. Ela faz o abortamento porque têm uma motivação fortíssima. Isso posto, o senhor acha justo determinados setores da sociedade imporem a proibição para quem não pensa como eles?

William Saad Hossne – Ninguém tem o direito de impor nada. A sociedade deve definir em conjunto. A primeira exigência para fazer a análise ética de qualquer questão é despir-se, tanto quanto for humanamente possível, de qualquer tipo de preconceito. A segunda é estar disposto a ouvir a opinião do outro. A terceira é dar liberdade, porque a ética pressupõe sempre liberdade de opção, por mais angustiante que ela seja. Essa é a beleza da ética: desencadear uma angústia diante da necessidade de fazer um juízo de valores e tomar uma posição. As pessoas têm medo de enfrentar essa angústia e recorrem ao que a lei e o código dizem. Agindo assim, fogem da liberdade que as obriga a rever-se constantemente e a selecionar os valores dos conflitos que estão ocorrendo.
Não sou contra nem a favor do aborto. Não posso impor nenhuma posição, tenho que ouvir o outro. Num dado momento, nossa sociedade estabeleceu parâmetros que passaram a configurar na lei que não criminaliza duas situações de abortamento. Mas o mundo mudou e as coisas mudaram. O papel da ética não é dar respostas; é fazer perguntas sem as quais não se chega à melhor resposta.  Para a questão do abortamento, a resposta tem de ser dada pela sociedade, porque não se trata mais de assunto exclusivamente pessoal. É coletivo e já extrapolou os limites da simples discussão ética. Portanto, chegou a hora de reanalisar, rediscutir e modificar a lei que existe, mas sem imposições.

Drauzio – O senhor acha que essa grande discussão nacional sobre abortamento acontecerá logo?

William Saad Hossne – Estamos vivenciando essa situação graças aos avanços da Bioética, que significa ética das ciências, da saúde, dos problemas da vida e do meio ambiente cujos conceitos devem ser discutidos multidisciplinarmente. A ética, mesmo a ética médica, não é problema só do médico. Ela interessa a todos os setores da sociedade. Vou dar um exemplo: se eu, que sou médico, quero discutir a relação médico-paciente apenas do ponto de vista médico, vou procurar meus colegas de profissão. No entanto, a relação médico-paciente não é um problema exclusivamente do médico. Ela interessa à sociedade como um todo, a começar pelo próprio paciente e a Bioética oferece a condição de os problemas éticos serem discutidos por todos os indivíduos envolvidos, não por uma corporação.
Estamos nos aproximando do momento em que, através da aplicação da Bioética na área da vida, da saúde e do meio ambiente, a ética está penetrando todos os segmentos da sociedade. Por isso, gostaria de que, um dia, os códigos de ética dos médicos e odontólogos fossem Códigos de Bioética , realizados com a colaboração de representantes de todos os segmentos sociais: médicos, filósofos, juristas, etc.

Fonte: http://drauziovarella.com.br/saude-da-mulher/gravidez/abortamento-e-etica/

Rei da Arábia Saudita anuncia direito de voto às mulheres

O rei Abdullah da Arábia Saudita anunciou neste domingo que pela primeira vez as mulheres do país terão o direito de votar e concorrer nas próximas eleições municipais. A mudança, que passará a valer a partir de 2015, acontece em meio às revoltas populares no mundo árabe e foi celebrada por ativistas que há anos pedem mais direitos às mulheres sauditas.

“Como nos recusamos a marginalizar as mulheres na sociedade em todos os papéis que estão de acordo com a sharia (código de leis do islamismo), decidimos envolvê-las como membros do Conselho da Shura”, afirmou, fazendo referência ao órgão que funciona como uma espécie de Parlamento, embora sem poderes legislativos. “As mulheres poderão concorrer como candidatas nas eleições municipais e até terão o direito de votar.”

A eleição municipal é a única realizada na Arábia Saudita , um país conservador onde as mulheres não têm permissão para dirigir ou viajar para o exterior desacompanhadas. A mudança não afetará a votação deste ano, marcada para quinta-feira, quando estarão em disputa metade das 285 cadeiras da Shura – a outra metade é nomeada pelo governo.

Repercussão

O governo dos EUA elogiou o anúncio do rei saudita. "Essas reformas reconhecem as contribuições significativas das mulheres na Arábia Saudita à sua sociedade, e oferecerão novas formas de participar das decisões que afetam suas vidas e comunidades", disse em comunicado o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Tommy Vietor.

"Os anúncios representam um importante passo para ampliar os direitos das mulheres na Arábia Saudita, e apoiamos o rei Abdullah e o povo da Arábia Saudita em seus esforços para realizar estas e outras reformas", disse.

Fonte: iG São Paulo |

Governo pede suspensão de comercial de lingerie com Gisele Bündchen

A Secretaria de Políticas para Mulheres do governo federal pediu ao Conar (Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária) a suspensão da campanha publicitária "Hope ensina", que traz a modelo Gisele Bündchen mostrando a "melhor maneira" de contar más notícias ao marido.

Primeiro, Gisele aparece usando roupas normais para falar, por exemplo, que bateu o carro. A estratégia é classificada como "errada" e em seguida a forma "correta" é mostrada: a modelo repete a notícia, usando apenas lingerie. "Você é brasileira, use seu charme", conclui a peça publicitária, que está no ar desde o último dia 20.

A secretaria afirmou que recebeu, por meio da ouvidoria, diversas manifestações de indignação contra a peça. Foram enviados dois ofícios -- um ao Conar, pedindo a suspensão da propaganda, e outro ao diretor da Hope Lingerie, Sylvio Korytowski, manifestando repúdio à campanha.

Para a secretaria, "a propaganda promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grandes avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas". A Secretaria de Políticas para Mulheres também diz acreditar que o comercial reforça a discriminação contra a mulher, o que infringe a Constituição Federal.

Em nota, a Hope afirma que a propaganda teve o objetivo de mostrar, com bom humor, que a sensualidade natural da mulher brasileira pode ser uma arma eficaz na hora de dar uma má notícia e que os exemplos utilizados não tiveram a intenção de parecer sexystas.

Fonte: Folha.com

16 de setembro de 2011

Aumento de vagas de vereadores em Divinópolis

O assunto do momento em Divinópolis/MG e em muitas cidades por todo o país é a votação de Emenda a Lei Orgânica do município que prevê o aumento de vagas de vereadores para a próxima legislatura.
Em Divinópolis atualmente são 13 vereadores e legalmente poderia ampliar para até 21 vagas. As discussões vêm se arrastando até que se chegou a um substitutivo que prevê o aumento para 17 vereadores para 2013. Esse substitutivo já foi aprovado em Reunião Extraordinária em primeira votação e após interstício de 10 dias passará por segunda votação em plenário.
O assunto é delicado e, por isso, as opiniões são divergentes. Há quem ache um absurdo o aumento de qualquer forma; outros falam que um aumento é inviável, pois a Câmara não teria recursos para este aumento; outros defendem que com mais vereadores a população teria mais representatividade; outros vão além e falam que pelo mesmo recurso financeiro (que não aumenta se tiver mais vereadores) o povo teria mais representantes; do tipo com o mesmo valor que pagamos pelo trabalho de 13 vereadores levaríamos 15,17,19 ou 21 pelo mesmo “preço”.
Tenho minha opinião formada, já declarei pelo twitter, mas vou deixar para que esta questão passe por uma segunda votação para emitir mais detalhadamente minha opinião e falar sobre o voto (e intenção) de cada vereador.

Seminário Nacional de Gestão Pública

Uma boa oportunidade para as mulheres se informarem e se habituarem com o universo da política e da gestão pública, que os vereadores tem a função de fiscalizar, será a participação no 2 Seminário Nacional de Gestão Pública que será realizado em Divinópolis.
O seminário será realizado no dia 20 de setembro no Auditório da Faculdade Pitágoras (Rua Santos Dumont, 1001 – bairro Do Carmo em Divinópolis-MG) e é gratuito.
O público alvo deste seminário são gestores, técnicos e servidores públicos municipais, estaduais e federais, mas muito interessante para quem pretende ser um vereador ou vereadora, claro, poder se interar com a linguagem e os desafios que vem pela frente.
Minha inscrição já está confirmada!


Gestores, técnicos e servidores públicos municipais, estaduais e federais oriundos de Municípios da região Sudeste do País podem se inscrever no 2º Seminário Nacional de Gestão Pública que tem apoio da Prefeitura Municipal de Divinópolis. O evento é organizado pela Associação Brasileira de Municípios (ABM) e será realizado no Auditório da Faculdade Pitágoras de Divinópolis a partir das 9h da próxima terça-feira (20/09).
Além da Prefeitura apóiam o evento a Frente Mineira de Prefeitos (FMP), EGP Cursos e Projetos, Organizações de Estados Iberoamericanos (OEI), Governança Brasil, Transparência Municipal, Procel GEM e Eletrobrás. O Patrocínio é  da Caixa Econômica Federal.
O Secretário de Governo de Divinópolis, Antônio Luiz Arquetti Faraco Júnior, explica que “o seminário tem como objetivo tratar de assuntos de relevância para os municípios e ainda promover a interação na busca de soluções para problemas que são comuns a eles”, ressalta. Entre os temas a serem discutidos durante o seminário está a pactuação federativa mediante o fortalecimento da ABM, estímulo ao fortalecimento da gestão municipal e modernização administrativa, incentivo à aproximação de representantes de órgãos e entidades federais, estaduais e municipais com o movimento municipalista, apoio ao acesso dos municípios a recursos, programas e ações que estimulem o desenvolvimento econômico, entre outras.
O Secretário Antônio Faraco ainda destaca que a programação do Seminário contempla o tema Estratégias de Compras Públicas, que pode auxiliar os municípios da região a ter uma gestão mais eficiente e efetiva dos recursos públicos. Para ter acesso à programação completa do evento o site é o www.abm.org.br. As inscrições também podem ser feitas pelo portal

Release Prefeitura Municipal de Divinópolis

Cada um defende seu próprio umbigo

Como faço a vários anos, adoro acompanhar as reuniões ordinárias da Câmara Municipal de Divinópolis e continuo fazendo isso. Venho observando a vários meses os pronunciamentos dos nossos vereadores e percebo que como acontece no Congresso, eles não querem nem saber das mulheres na política. O silencio fala por si!
Defendendo cada um o seu próprio umbigo, não me lembro de ter ouvido o pronunciamento de algum vereador incentivando ou defendendo a participação e entrada das mulheres na política em Divinópolis.
Já ouvi vários falando que o partido está aberto para novos filiados, não nada se destacar a entrada de mulheres. Parece que querem que aconteça o que acontece em todas as eleições. Nos últimos dias de entregarem a lista dos candidatos de cada partido escolhem alguma mulheres já filiadas em seus partidos apenas para cobrir buraco e tentar colocar 30% de mulheres como candidatas, o que determina a lei.
O fato de não investirem na formação antecipada das mulheres nos partidos, não as deixam em igualdade de condições com os homens. Espertos estes homens, defendendo o próprio umbigo. Humilhante e triste ver as mulheres se sujeitando a entrar de última hora nas listas de candidatos apenas para “cobrir buraco”.
As mulheres que quiserem se candidatar em 2012 devem ficar atentas pois o tempo para escolher um partido ou trocar de partido está se esgotando. Devem pensar em suas candidaturas desta já, pois os homens já pensaram a muito tempo e aqui em Divinópolis praticamente já estão em campanha. É só observarem como mudaram seus discursos e como estão tentando aparecer mais nos bairros.

Financiamento de Campanha

Um dos grandes empecilhos para as mulheres se candidatarem e saíram vitoriosas nas urnas é a freqüente falta de financiamento para suas campanhas. Maioria dos grandes financiadores de campanhas são homens que investem seus recursos nas candidaturas de candidatos – homens.
O financiamento público de campanha que está sendo debatido no Senado seria uma possibilidade de igualdade entre os gêneros, com as mulheres concorrendo com mesmo recursos que seriam oferecidos aos homens.
No entanto, os homens que estão no poder não querem facilitar em nada a entrada de mulheres na política, pois se as vagas tem número fixo a entrada de mulheres tiraria o lugar de muitos homens.
Fato que comprova isso é que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) rejeitou no mês passado a proposta que estabelecia o financiamento público de campanha eleitoral. Os homens que lá estão, pois são esmagadora maioria, não querem que seja extinto todo e qualquer tipo de doação privada, que são as doações que vem de grandes empresários e empresas como disse no princípio.
Sem o financiamento público de campanha as mulheres, em sua maioria, não concorrerão em igualdade de condições com os homens. Lamentavelmente!

A terceira mulher mais importante do mundo e a Patrícia Poeta


A revista norte-americana Forbes divulgou no final do mês de agosto um ranking das mulheres mais poderosas do mundo. Em primeiro lugar estava a primeira-ministra da Alemanha, Ângela Merkel, e em segundo lugar apareceu a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.
Mas o melhor de tudo é que a terceira mulher mais poderosa do mundo é a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. Um dos critérios utilizados pela revista para escolha de Dilma que de ela fez história como a primeira mulher a liderar a maior potência econômica da América Latina.
Esse é um fato maravilhoso! Independente de partidos políticos, temos a terceira mulher mais poderosa do mundo liberando o nosso país. E está fazendo um bom trabalho, demitindo ministro após ministro para tentar frear a corrupção, sem medo de cara feia. Nesse ponto ela está se saindo melhor do que Lula que muita coisa ele “não viu”. Dilma vê e age!
Lamentável é o fato dos veículos de imprensa utilizarem o termo “faxina” para essa demissão de vários ministros e servidores de alto escalão em vários ministérios. Com os presidentes – homens – o termo faxina não era utilizado. Um fato que todos lembram era o jargão de que o ex-presidente Fernando Collor de Melo era o “caçador de marajás”, ele não fazia faxina.
O termo faxina está sendo utilizado machistamente porque temos uma presidente mulher, e mulher nesse país está ligada a faxina. Se o presidente fosse um homem certamente as noticias seriam diferentes, termos como “combate a corrupção”seriam bem mais usados, mas faxina nunca estaria ligada a uma atividade de um presidente, mas sim para uma presidenta.
Patrícia Poeta
Outro fato lamentável e que certamente ficará lembrado na história do jornalismo brasileiro foi a entrevista exclusiva vergonhosa que a jornalista e apresentadora do Fantástico, Patrícia Poeta, fez com no último domingo (11 de setembro de 2011) com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada.
A pauta claramente foi tentar fazer uma entrevista intimista com a presidenta, mostrando o lado menos formal de uma presidente deste grande país. Patrícia Poeta desperdiçou a grande chance de estar ali sozinha com a presidenta para uma entrevista exclusiva e disparou perguntas vergonhosas, que me fizeram querer furar um buraco no chão e enterrar minha cabeça, me escondendo como um avestruz.
Algumas das perguntas vergonhosas: A senhora já se sentou em todos esses sofás? Quem escolhe suas roupas? Aprendeu a se maquiar? Canta músicas para o seu netinho? Está usando agora mais saias do que calças? Sabe cozinhar? Qual a comida predileta? Etc etc...
Parece mais uma entrevista com uma pop star da musica para adolescentes... pelo amor de Deus! O bom foram as cortadas de Dilma!!! Cada pergunta imbecil recebeu uma patada a altura, com som suave, mas não deixou de serem patadas, bem dadas e merecidas!
As perguntas chegaram a ser desrespeitosas ao serem feitas para a terceira mulher mais poderosa do mundo, nossa primeira mulher presidente. O pior ainda veio depois ao perguntar se nas reuniões com suas secretárias, a presidenta e elas conversavam sobre roupas, sapatos....putz....mais machista não tinha jeito e o pior é que estas perguntas vieram de uma mulher. Até parece que uma presidenta não sabe ter reuniões sérias e que o assunto teria ser sobre maquiagem, roupas e sapatos, putz, entrevista imbecil, desrespeitosa e ridícula.
A leitura que tiro disso é que nosso país paternalista, machista, não está acostumado a ver as mulheres no poder. Nem as mulheres ainda se acostumaram com isso. Uma pena! Mas isso tem que mudar! Mulheres são capazes e tem que ocupar o lugar que os homens ainda são maioria, mas que estão desperdiçando e envergonhado!