15 de fevereiro de 2012

Aumento na participação feminina é positivo e pode alterar forma de governar

Presença de mulheres no governo deve crescer

Para analistas políticos, aumento na participação feminina é positivo e pode inclusive alterar a forma de governar o país.. Dilma Rousseff entrou para a história ao se sagrar a primeira mulher a assumir a Presidência do Brasil. Desde que assumiu o cargo, a participação feminina no primeiro escalão do governo atingiu um nível recorde. Para analistas políticos ouvidos pelo Portal da Band, essa alteração pode se tornar uma tendência para o futuro, trazendo vários benefícios para a administração do país.
Atualmente, nove dos 37 ministérios são ocupados por mulheres, um número recorde na administração federal. Alguns das pastas são estratégicas para o governo, como o da Casa Civil e do Planejamento, chefiadas respectivamente por Gleisi Hoffmann e Miriam Belchior.
Iniciando seu segundo ano de governo, Dilma tornou a presença feminina ainda mais expressiva ao escolher Graça Foster para a presidência da Petrobras, uma das maiores empresas do mundo.
Para Alexandre Barros, cientista político e especialista do Instituto Millenium, esta participação tende a ser crescente. “Houve um salto na qualificação profissional feminina a partir dos anos 60, de forma que hoje há um grande número de mulheres muito qualificadas, às vezes mais do que os homens”.
Ele destaca que não é apenas no primeiro escalão do Executivo que esta presença cresceu, mas também no Poder Judiciário. “Com concursos cada vez mais difíceis, as mulheres se destacam porque têm mais dedicação para estudar que os homens”, analisa. “Isso acaba corrigindo distorções históricas”.
Emerson Silva Masullo, professor de ciência política da UCB (Universidade católica de Brasília) e especialista em políticas públicas da UnB (Universidade de Brasília), acompanha o raciocínio e diz que Dilma criou um precedente. “Ela abriu uma janela de oportunidades, permitindo que a diferença entre homens e mulheres no governo diminua”.
O analista afirma diz que a mudança no Brasil acaba seguindo uma tendência internacional. Cada vez mais, os países abrem maior participação para as mulheres, inclusive na condução de seus países, caso da Alemanha de Ângela Merkel e a Argentina de Cristina Kirchner, agora reeleita. “Internamente, este é um fenômeno novo”.
Petrobras
A escolha de Graça Foster para a presidência da Petrobras representa um marco para os analistas. Ela foi escolhida este ano para substituir José Sérgio Gabrielli.
Barros destaca que ela terá uma missão dura. “O mundo do petróleo é eminentemente masculino e ela terá de mostrar competência para conduzir a empresa. E ela tem condições de realizar um bom trabalho”.
Masullo destaca a possibilidade de Graça Foster abrir novos canais para as mulheres. “Internamente, ela pode mudar a Petrobras, aumentando a possibilidade de a participação feminina crescer”.
Barros acredita que uma participação mais forte das mulheres no governo pode inclusive mudar a forma de administrar o país, independentemente da orientação política do grupo. “Mulheres são mais práticas para resolver problemas do que os homens. Elas encontram caminhos mais criativos para administrar. Não à toa, os recursos do Bolsa Família são enviados à mulher e não ao homem”.
Apesar do crescimento na participação, o analista espera que o processo seja ainda mais intenso no futuro. “A mulher tem maior participação em pastas mais específicas, como a dos Direitos Humanos e da Mulher. Por que não uma ministra do Desenvolvimento ou da Fazenda?”, sugere ele.
“As mulheres buscam decisões mais seguras. Elas têm preparo para tomar decisões com maior reflexão e isso resulta em maior qualidade”, completa Masullo. “Os riscos acabam mitigados. Elas realmente têm um sexto sentido”.

Fonte : Band.com. br , 11.02.2012 , Postado por Kelly Girao
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