8 de fevereiro de 2012

Mulheres procuram diversificar assuntos

A produção legislativa da bancada feminina da Assembleia do Ceará mostra que, embora as deputadas estaduais estejam tratando de temas ligados ao gênero, elas vêm priorizando, nos projetos apresentados na Casa, outros assuntos. Essa atuação, conforme a avaliação de cientistas políticos, contribui para o fortalecimento da participação da mulher na política.
Para o professor de Sociologia Política da Universidade de Fortaleza (Unifor), Clésio Arruda, a mulher, como ator social, deve estar preocupada com todas as questões que a cerca, não penas aos problemas referente ao gênero. "Se a mulher trabalha e sai de casa, ela tem que discutir o transporte, a via pública e o preço das passagens. Se temos mulheres dirigentes de empresas, então essas mulheres devem estar atentas as questões econômicas, aos incentivos ficais, ou seja, não é só a defesa das causas femininas", argumenta.

Mas se as deputadas demonstraram estar atentas a diversos problemas, elas também almejam discutir as celeumas enfrentadas pelas mulheres. Desde o início de 2011, as parlamentares tentam instalar na Assembleia uma Frente Parlamentar das Mulheres. O presidente da Casa, Roberto Cláudio (PSB), informou que em fevereiro pretende dar início a Frente Parlamentar.

Luta
Outra luta das parlamentares é galgar espaços na Assembleia que, até o momento, foram predominantemente dos homens. Uma proposta da deputada Eliane Novais (PSB) é garantir que, pelo menos, uma mulher integre a Mesa Diretora.

Na avaliação do professor Clésio Arruda, é positivo o aumento no número de mulheres na política, lembrando que experiências mundiais mostram que avanços conquistados para as mulheres só ocorreram quando havia uma grande representação feminina. Ele defende que as mulheres consigam mais espaço nas Casas legislativas, mas percebe que muitos avanços ainda são necessários, principalmente no Interior.
Maioria do eleitorado brasileiro é feminina
A maioria do eleitorado brasileiro continua sendo do sexo feminino, conforme revelam estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No Brasil, o eleitorado feminino corresponde a 51,95% do total. Os dados são de novembro de 2011. As estatísticas revelam ainda que na Região Nordeste a porcentagem de mulheres eleitoras é maior que no Brasil, chegando a atingir 52,26%.

No Ceará, o índice de eleitoras aptas a votar é superior ao da Região Nordeste e também ao do Brasil, chegando a 52,43%. O índice de eleitores do sexo feminino no Estado, também supera o de São Paulo, unidade da federação com maior número de eleitores, 52.21% dos eleitores.

Quanto ao sexo, o eleitorado do Ceará chega a ser inferior ao do segundo maior colégio eleitoral brasileiro, Rio de Janeiro, com 53,38%, mas supera o Estado de Minas Gerais, onde o índice de eleitoras chega a 51,42%.
Fonte: http://www.diariodonordeste.globo.com/