Ninguém discorda que o pior criminoso
tenha direito a defesa. Mas o que é defesa? aí começa o problema: tem
advogado que confunde defesa com cumplicidade, ajudando o cliente a
inventar versões e falando -não como seu porta-voz, mas como testemunha
de fatos que não presenciou. Outros, na falta de argumentos para
justificar a atrocidade cometida, partem para desqualificar vítima e
testemunhas, querendo fazer crer que o mundo inteiro se uniu para
prejudicar seu cliente.
A dra Ana Lucia Assad tem extrapolado
nisso! Começou dizendo que Lindemberg é só um “menino”, ingênuo,
apaixonado, vítima de uma conspiração para condena-lo por um crime, na
verdade, cometido pela polícia e pela imprensa. Não contente, partiu
para a desqualificação da testemunha que sobreviveu ao massacre
promovido pelo anjinho que defende: disse que Nayara, orientada pelo
advogado, estava mentindo e simulando choro. Como se alguém precisasse
simular emoção ao recordar 100 horas de cativeiro, tortura e um tiro na
cara!
Mas a dra Ana Lucia não ficou por aí.
Fechou a tarde de hoje desacatando a juiza, dizendo que a magistrada
devia voltar a estudar! Sem falar na tormenta a que submeteu a mãe de
Eloá, arrolando-a como testemunha, de modo a mantê-la isolada do
plenário, no claro intuito de que suas lágrimas e sua revolta não
causassem nenhuma influência nos jurados. Para depois dispensa-la
dizendo que não tinha perguntas a fazer, e ameaçar abandonar o júri,
quando a acusação quis inquirir a testemunha.
A tática é tumultuar, pra ver se cava
alguma nulidade. O que traz muitas vantagens, porque possibilita a
soltura do réu e deixa a advogada mais tempo na mídia. Já vi esse filme.
Ao vivo e a cores!
Niguém é contra o direito de defesa,
seja qual for o crime cometido! mas há um limite ético que não deveria e
não poderia ser rompido! Falta quem cobre!
Fonte: http://gloriafperez.org/?p=1515