15 de fevereiro de 2012

Júri do caso Eloá: chega de achincalhe!


Ninguém discorda que o pior criminoso tenha direito a defesa. Mas o que é defesa? aí começa o problema: tem advogado que confunde defesa com cumplicidade, ajudando o cliente a inventar versões e falando -não como seu porta-voz, mas como testemunha de fatos que não presenciou. Outros, na falta de argumentos para justificar a atrocidade cometida, partem para desqualificar vítima e testemunhas, querendo fazer crer que o mundo inteiro se uniu para prejudicar seu cliente.
A dra Ana Lucia Assad tem extrapolado nisso! Começou dizendo que Lindemberg é só um “menino”, ingênuo, apaixonado, vítima de uma conspiração para condena-lo por um crime, na verdade, cometido pela polícia e pela imprensa. Não contente, partiu para a desqualificação da testemunha que sobreviveu ao massacre promovido pelo anjinho que defende: disse que Nayara, orientada pelo advogado,  estava mentindo e simulando choro. Como se alguém precisasse simular emoção ao recordar 100 horas de cativeiro, tortura e um tiro na cara!
Mas a dra Ana Lucia não ficou por aí. Fechou a tarde de hoje desacatando a juiza, dizendo que a magistrada devia voltar a estudar! Sem falar na tormenta a que submeteu a mãe de Eloá, arrolando-a como testemunha, de modo a mantê-la isolada do plenário, no claro intuito de que suas lágrimas e sua revolta não causassem nenhuma influência nos jurados. Para depois dispensa-la dizendo que não tinha perguntas a fazer, e ameaçar abandonar o júri, quando a acusação quis inquirir a testemunha.
A tática é tumultuar, pra ver se cava alguma nulidade. O que traz muitas vantagens, porque possibilita a soltura do réu e deixa a advogada mais tempo na mídia. Já vi esse filme. Ao vivo e a cores!
Niguém é contra o direito de defesa, seja qual for o crime cometido! mas há um limite ético que não deveria e não poderia ser rompido! Falta quem cobre!

Fonte:  http://gloriafperez.org/?p=1515